O furacão Dorian avançava nesta terça-feira lentamente em direção à costa sudeste dos Estados Unidos como uma tempestade perigosa de categoria 2, após deixar um rastro de morte e destruição nas Bahamas.

O primeiro-ministro do arquipélago do Caribe, Hubert Minnis, informou à imprensa que até o momento foram registradas sete mortes. Um boletim anterior divulgado pelo governo indicava cinco falecimentos

“Podemos antecipar que teremos mais vítimas fatais”, afirmou Minnis.

Imagens aéreas da ilha Grande Ábaco emitidas pela CNN mostram cenas de danos catastróficos, com centenas de casas sem teto, carros virados, enormes inundações e escombros por todos os lados.

“Esta é uma crise de proporções épicas, talvez a pior que já vivemos”, disse Dames.

As pistas do Aeroporto Internacional de Grand Bahama, em Freeport, estavam debaixo d’água, complicando os esforços de resgate.

O site Bahamas Press publicou um vídeo da inundação do Rand Memorial Hospital de Freeport, e disse que os pacientes tiveram que ser evacuados.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos enviou helicópteros MH-60 Jayhawk à ilha Andros, no sul do arquipélago, para ajudar com as tarefas de busca e resgate, enquanto os moradores presos em suas casas inundadas faziam chamados desesperados.

“Quem puder me ajudar, sou Kendra Williams. Vivo em Heritage. Estamos debaixo d’água; estamos no telhado”, escreveu uma residente de Grand Bahama, em um SMS ao qual a AFP teve acesso.

“Alguém pode por favor nos ajudar (…) Eu e meus seis netos e meu filho estamos no telhado”, acrescentou.

Segundo um primeiro boletim da Cruz Vermelha, cerca de 13.000 casas podem ter sido danificadas ou destruídas, e o furacão causou “danos consideráveis” nas ilhas Ábaco e Grand Bahama.

Pelo menos 61.000 pessoas estariam precisando de ajuda alimentar nas Bahamas, estimou a ONU nesta terça, que se prepara para enviar duas equipes de avaliação.

– Extremamente perigoso –

Ken Graham, diretor do Centro Nacional de Furacões (NHC) americano, com sede em Miami, disse que Dorian havia começado a se mover após “permanecer em estado estacionário por mais de 24 horas atingindo as Bahamas”.

O furacão, que deixava 760 mm de chuvas no arquipélago, caiu nesta terça para categoria 2, em uma escala máxima de 5, com ventos de 175 km/h, mas continua sendo extremamente perigoso enquanto se desloca a passo lento rumo à costa sudeste dos Estados Unidos, apontou o NHC em seu boletim de 20H00.

Acrescentou que se espera que ganhe velocidade e cresça em tamanho durante as próximas horas, e vire para o norte na noite de quarta-feira.

“O furacão se moverá depois perigosamente perto da costa leste da Flórida até quarta-feira à noite, muito perto das costas da Geórgia e da Carolina do Sul na quarta à noite e na quinta, e perto ou sobre a Carolina do Norte na última hora de quinta”.

Na Flórida, os efeitos de Dorian já eram sentidos, com fortes chuvas e possíveis tornados.

Em Coconut Grove, os residentes reuniam provisões para atender as vítimas do arquipélago.

Assim como outras 9.500 pessoas na Flórida, Stefanie Passieux esperava a passagem do ciclone junto com seus dois filhos e sua mãe em um dos 121 abrigos, segundo dados da agência de gestão de emergências do estado.

“Vim ontem assim que abriu. Dizem que estamos em estado de emergência, por isso vim”, disse.

Em Port St. Lucie, uma área de baixa renda com estacionamentos de trailers agora vazios, Dan Peatle, de 78 anos, fugiu de sua comunidade para se abrigar em um hotel.

“Passei por sete, ou oito (furacões), desde que cheguei à Flórida, em 1973. E são todos iguais, você sabe. Destrói tudo, depois tudo é consertado de novo, mas escolhi viver aqui, e posso muito bem viver com isso”, afirmou.