O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação para apurar se houve desmandos na gestão desastrosa de Ricardo Vélez Rodriguez à frente do Ministério da Educação (MEC), durante os primeiros três meses do governo Bolsonaro. Desde o início do mês, o TCU está debruçado sobre diversas acusações ao ex-ministro. Contra ele, é preciso apurar “possíveis prejuízos ao regular andamento das políticas públicas e programas de governo a cargo do MEC, além de possíveis ilegalidades advindas das decisões da alta gestão da referida pasta ministerial”, diz a investigação. A abertura do caso ocorreu
no final de abril e ISTOÉ teve acesso aos documentos que compõem o pedido. Além de trapalhadas, Vélez pode ter cometido improbidades e crimes.

Desperdícios

A investigação ainda está em fase embrionária, mas quer saber se a União perdeu dinheiro com a gestão tumultuada do ministro, cercada por desmandos, de acordo com o TCU. Um dos itens sob investigação é o atraso no envio de 10 milhões de livros didáticos no início do ano letivo. Tem escola que ainda nem recebeu o material escolar.

Mudança?

Outra coisa que o TCU investiga: por que o MEC pagou auxílio-mudança para vários gestores do ministério, alguns deles sendo exonerados com poucos dias nos cargos? O próprio ministro Vélez Rodriguez recebeu R$ 61 mil a título de auxílio, pois é casado e a família mudou-se para Brasília, apesar dele só ter ficado três meses no cargo.

Deputado cara de pau

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Douglas Gomes / PRB Liderança

Há deputados que não se emendam. Enquanto alguns que moram em outros estados abriram mão das vantagens do auxílio-moradia ou apartamento funcional, o vice-líder do PRB, deputado Júlio César Ribeiro, fez questão de pedir uma vaga em um imóvel da Câmara. E ainda por cima recebeu R$ 7,6 mil de auxílio-moradia. Detalhe: ele mora no próprio Distrito Federal.

Rápidas

* Os militares trabalham para convencer o presidente Jair Bolsonaro a fazer um curso para aprender a lidar com a imprensa, o chamado média training. O vice-presidente Hamilton Mourão já fez e vem se saindo bem melhor com os jornalistas.

* Depois da licitação para torrar R$ 1,1 milhão com lagostas e vinhos especiais, como ISTOÉ revelou, agora o STF quer gastar R$ 29,5 milhões em mordomias para seus ministros. Vai comprar 14 veículos blindados e trocar os 1.250 telefones do tribunal.

* Desde que o ministro Dias Toffoli passou a presidir o tribunal, no lugar da ministra Carmén Lúcia, a média mensal dos gastos na Corte cresceram. Antes era de R$ 13,1 milhões. Agora a média subiu para R$ 15,6 milhões.

* O deputado Ubiratan Sanderson apresentou projeto de lei para obrigar que todos os presos em flagrante usem algemas. Hoje, súmula do STF veda o uso de algemas em presos de baixa periculosidade.

Retrato falado

“Caminhamos para o aumento do desemprego, da pobreza e no final do ano voltaremos a ter fome no País” (Crédito:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, participava na sexta-feira 17, no Rio de Janeiro, de um debate sobre a economia brasileira, ao lado do ministro Paulo Guedes, quando defendeu a implementação de uma agenda econômica que vise a geração de empregos. Entre outras coisas, sugeriu o uso do FGTS para fomentar investimentos na construção civil, responsável pela abertura rápida de vagas. De acordo com Maia, a economia não pode ficar apenas à espera da Reforma da Previdência.

TCU investiga publicidade do BB

A propaganda que o Banco do Brasil fez sobre a diversidade, com o objetivo de atrair clientes mais jovens, mas que o presidente Jair Bolsonaro vetou e ainda mandou demitir o diretor que produziu-o, virou alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). É que os técnicos do TCU querem saber quanto o BB gastou com a produção da propaganda e também quanto a União teve de prejuízos com o comercial, que chegou a ser exibido em emissoras de televisão durante duas semanas. A peça publicitária foi bastante polêmica, sendo estrelada por muitos jovens negros e brancos, representando inclusive personagens gays.

Improbidade?


Estima-se que o BB pode ter sofrido uma perda de até R$ 20 milhões no negócio. O TCU acredita que se a direção do banco tiver responsabilidade no caso, poderá ser denunciada por improbidade administrativa. O MPF do Rio Grande do Sul entrou com pedido de liminar contra a ação de Bolsonaro.

PSL dividido

O partido do presidente Bolsonaro está cada vez mais dividido. Uma parte da bancada, liderada pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), propõe que o presidente não dê trela aos congressistas que insistem em desafiá-lo. Já a parte do partido que é liderada pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) defende um entendimento maior com o “centrão”.

Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Governabilidade

A deputada Joice explicou à ISTOÉ que não vem fazendo concessões ao “centrão”, mas sim intensificando o diálogo com os partidos dispostos a apoiar o governo na aprovação das reformas. “Tem uma patota bélica que quer dinamitar as pontes com o Congresso e assim não conseguiremos ter uma base sólida para tocarmos o Brasil em frente”, disse.

Sangue novo

LUIS MACEDO

A corrida pelo cargo do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, promete ser agitada. É que o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, está pensando em lançar a deputada Tábata Amaral (PDT-SP) como candidata a prefeita nas eleições do ano que vem. Ela só tem 23 anos e está se destacando no Congresso.

Toma lá dá cá

Divulgação (Crédito:Divulgação)

 

Deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS)

Como líder do Novo, o senhor acha que seu partido votará em peso pela Reforma da Previdência?
A bancada do Novo está completamente de acordo com a reforma. Trabalharemos inclusive para que ela seja o mais ampla possível e não acabe desidratada durante a tramitação na Câmara.

O partido defende mudanças no projeto do governo?
O Novo sugeriu duas emendas. Uma para que os beneficiários do BPC possam escolher se querem receber o salário mínimo a partir dos 65 anos ou se querem receber 40% a partir dos 60 anos e 100% só quando completarem 70. A outra emenda é para que os parlamentares que aderiram ao regime especial, mas ainda não se aposentaram, sigam as mesmas regras de transição de todos os demais brasileiros.



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