A polícia espanhola anunciou nesta quinta-feira (25) a detenção de um importante membro da Mocro Maffia, organização criminosa de origem marroquina na Holanda, que liderava uma rede de tráfico de droga e lavagem de dinheiro no sul da Espanha que havia adquirido ao menos 172 propriedades.

“Foi possível prender o líder de um clã da Mocro Maffia, que era um objetivo prioritário tanto para a Holanda como para a Polícia Nacional espanhola”, disse Fernando Alonso, chefe da Unidade de Crimes Econômicos e Fiscais (UDEF) do corpo de segurança, em uma entrevista coletiva.

Fontes da polícia identificaram o detido como Karim Bouyakhrichan, irmão de Samir, também membro da Mocro Maffia, assassinado em 2014 perto de Marbella, no sul da Espanha.

Esse assassinato provocou uma “reorganização dos clãs” nessa área e ativou a investigação policial, explicou o inspetor-chefe da UDEF, Daniel Vázquez.

Na operação também foram detidos outros cinco membros da rede, incluindo “o cérebro da estrutura de lavagem de dinheiro”, segundo Vázquez, que disse que a investigação continua aberta. Novas detenções não estão descartadas.

Karim Bouyakhrichan, atualmente em prisão provisória, chefiava uma rede “supostamente dedicada ao tráfico internacional de substâncias entorpecentes em grande escala”, principalmente introduzindo cocaína na Espanha, “assim como à lavagem de dinheiro”, afirmou a polícia em um comunicado.

A rede realizou operações de lavagem “no valor de 6 milhões de euros (US$ 6,53 milhões ou R$ 32,1 milhões na cotação atual)”, por meio de “uma sólida infraestrutura pessoal, marítima e comercial com presença” em várias cidades da Espanha, além de Marrocos, República Dominicana, Holanda e Emirados Árabes Unidos, segundo a polícia.

As autoridades bloquearam 172 propriedades imobiliárias da organização, avaliadas no total de 50 milhões de euros (US$ 54 milhões, ou R$ 265,6 milhões na cotação atual).

A polícia estava há cinco anos na pista de Karim Bouyakhrichan, que era muito difícil de localizar porque se deslocava muito entre países.

“Era uma pessoa muito cautelosa nas suas comunicações”, geralmente encriptadas, e tinha seu próprio serviço de segurança, disse Vázquez.

Bouyakhrichan e os outros detidos, cujas nacionalidades não foram divulgadas pela polícia, serão julgados na Espanha e depois enviados para a Holanda, que solicitou sua extradição para processá-los por crimes relacionados com esse país.

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