Os milhares de prisioneiros na Turquia em greve de fome para protestar contra as condições de detenção de Abdullah Ocalan encerraram, neste domingo (26), seu movimento após um apelo do próprio líder curdo.

Advogados de Abdullah Ocalan, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização “terrorista” para Ancara, transmitiram esta manhã uma mensagem de seu cliente pedindo o fim do movimento, cujo “objetivo (…) foi alcançado”.

A proibição imposta em 2011 a Ocalan de ver seus advogados foi suspensa na semana passada e ele pôde conversar com eles duas vezes este mês.

“Seu objetivo em relação a mim foi alcançado e eu gostaria de expressar meu carinho e gratidão”, disse Öcalan, segundo um texto lido em Istambul por sua advogada Nevroz Uysal.

De acordo com o partido pró-curdo HDP, cerca de 3.000 prisioneiros aderiram ao movimento iniciado pela deputada pró-curda Leyla Güven, que se recusava a comer desde novembro passado para protestar contra o isolamento imposto a Öcalan.

Seu representante, Deniz Kaya, anunciou em comunicado o fim de seu movimento “após o apelo” de Öcalan.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

“Se ao menos tivéssemos vencido sem sofrer perdas”, lamentou Guven, referindo-se aos oito presos que cometeram suicídio desde o início do movimento.

Falando a jornalistas em Diyarbakir (sudeste), antes de ser levada ao hospital para exames, ela elogiou “uma vitória da democracia turca”, considerando “muito importante para a democratização da Turquia e da paz” no Oriente Médio que a voz de Öcalan” possa ser ouvida.

Apesar de seu isolamento, Abdullah Öcalan continua sendo uma figura essencial para a rebelião curda na Turquia, onde o conflito entre o Estado e o PKK causou mais de 40.000 mortes desde 1984.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias