Se fora de campo o Corinthians passa por um conturbado momento político, dentro de campo o time tem conseguido corresponder. E assim que avalia o técnico Dorival Júnior, que admitiu em entrevista coletiva após vitória sobre o Vasco neste domingo que são “detalhes pequenos” que impedem que o time paulista esteja em situações melhores no Brasileirão.
À imprensa, Dorival saiu em defesa do trabalho que tem feito no time do Parque São Jorge, especialmente com relação a alguns jogadores. “Houve uma preparação muito grande para este jogo. Trabalhamos dia a dia todos os possíveis detalhes que teríamos dentro da partida. Analisamos o Vasco a todo momento. Nós buscamos neutralizar o que de melhor eles sempre apresentam. Não foi um jogo simples, não foi fácil”, declarou.
“O Corinthians não é a segunda equipe do campeonato com mais posse de bola por acaso. Pra você ter posse de bola, você tem de ter organização. Você tem de ser uma equipe que tenha, naturalmente, um sistema, e que desenvolva esse sistema em cima de uma possível organização. Isso o Corinthians apresenta”, avaliou Dorival.
Em seguida, lamentou que o time tenha sofrido gols mais por “detalhes” do que, necessariamente, mérito de oportunidades criadas pelos adversários. “Me estranha às vezes a nossa pontuação. Porque nós temos tomado alguns gols específicos. Não são gols de envolvimento das equipes adversárias. É o contrário. São gols às vezes de detalhes, pequenos detalhes que nos tiram a possibilidade de resultados melhores.”
“Isso nos aconteceu em várias partidas do Campeonato Brasileiro. Nos tirando uma condição de podermos estar um pouco melhor neste instante, com uma outra condição, de repente brigando por uma outra posição”, completou o treinador alvinegro.
Em relação ao jogo com o Vasco, Dorival fez questão de enfatizar que as jogadas que terminaram em gols foram treinadas. Ou seja, os jogadores sabiam exatamente o que tinham de fazer para balançar as redes.
“Um time que teve uma boa mobilidade, agrediu muito a equipe do Vasco na saída de bola. Nós encurtamos o máximo possível o campo, não demos muitos espaços. Uma equipe muito bem treinada e que, naturalmente encontra uma situação muito favorável”, disse o técnico.
“Mas, nós procuramos agrupar em determinado setor e na retomada de bola uma inversão rápida para que pudéssemos jogar. Eu acho que o gol aconteceu desta maneira. Uma troca de passes, uma inversão, uma bola atravessada e a nossa chegada em velocidade. Não foi por um acaso esse gol. Foi um gol muito trabalhado ao longo de toda semana, porque imaginávamos que pudesse acontecer uma situação como essa”, completou.
Dorival foi perguntado sobre diversos jogadores do elenco do Corinthians. À priori, ele admitiu que tem sofrido com as ausências para o departamento médico. Sobre Rodrigo Garro, por exemplo, admitiu que o argentino ainda não tem plenas condições de fazer três jogos seguidos e que, se o tivesse utilizado por mais tempo neste domingo, poderia perdê-lo para os próximos compromissos com Athletico-PR e Palmeiras, respectivamente.
Com relação a Memphis Depay, o técnico foi bem mais econômico nas informações. “Memphis vem numa recuperação. Está acelerando o processo. Ainda em transição. Mas, naturalmente, um pouco mais confiante em relação ao que estava na semana anterior.”
Por fim, o técnico voltou a falar sobre a questão dos gols que a equipe tem sofrido. “São detalhes que têm nos tirado uma possibilidade real de uma melhor condição na própria tabela de classificação. É preocupante. Nós temos sim que observar e ficar um pouco mais atentos. Até porque, você prepara sua equipe para um envolvimento coletivo, para que não seja envolvida coletivamente. E isso não vem acontecendo. Porém, detalhes pequenos, técnicos, mínimos às vezes nos tiram possibilidades reais. É preocupante sim. Nós temos de dar uma atenção ainda maior”, enfatizou.
INSTABILIDADE POLÍTICA
Após a queda de Augusto Melo, o Corinthians passará por um novo pleito para decidir quem ocupa a cadeira de presidente do clube. Em meio à toda turbulência que se instalou no Parque São Jorge nos últimos meses, Dorival revelou que tem conseguido blindar seu elenco das polêmicas e espera que o trabalho fora de campo só tenha uma beneficiário: o próprio Corinthians.
“A partir do instante que nós percebemos que estava envolvendo e, de repente, interferindo no dia a dia no centro de treinamento, nós, com o Fabinho (Soldado) procuramos neutralizar todas as situações possíveis”, disse. “Que aconteça o melhor pro Corinthians. Acho que isso que é importante. Teremos três candidatos. Que se defina aquilo que é melhor, e que o Corinthians acima de tudo tenha paz. Tenha paz pra gente poder trabalhar sem problemas”, finalizou.