A companhia aérea EgyptAir, que operava o voo MS804, entre Paris e Cairo, que caiu no Mar Mediterrâneo no fim da noite desta quarta-feira (18), confirmou que os destroços do Airbus A320 foram encontrados perto da ilha grega de Karpathos.

O voo transportava 66 pessoas. A causa da queda ainda é desconhecida. No entanto, autoridades egípcias e francesas cogitam que um ato de terrorismo possa estar por trás do incidente.

De acordo com a EgyptAir, a informação sobre os destroços foi confirmada pelo Ministério de Relações Exteriores do Egito.

A queda

Segundo o ministro grego da Defesa, Panos Kammenos, “a 00h37 GMT, a aeronave, que estava a cerca de 10-15 milhas no espaço aéreo egípcio, fez uma curva de 90 graus à esquerda e outra de 360 graus para a direita, caindo de 37.000 a 15.000 pés onde sua imagem foi perdida, cerca de 10.000 pés acima do nível do mar”.

As autoridades gregas, que também enviaram a fragata Nikiphoros Fokas, pediram à França e aos “países amigos e aliados” imagens de satélite para ajudar nas operações de resgate.

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O voo MS804 estava a uma altura de 37.000 pés (11.000 metros) e havia entrado no espaço aéreo egípcio quando desapareceu das telas dos radares, às 2h45 do Cairo (21H45 de Brasília, quarta-feira), segundo a Egyptair.

Sem qualquer relato de problema

Segundo um comunicado da Aviação Civil grega (YPA), “os controladores de tráfego aéreo gregos se comunicaram com o piloto quando a aeronave estava sobre a ilha de Kea (sudeste de Attica). Ele não relatou qualquer problema”.

“O piloto estava de bom humor e agradeceu em grego”, informa o comunicado.

De acordo com o chefe da YPA, Constantine Litzerakos, o último contato ocorreu “por volta da 00H05 GMT”, mas, em seguida, o piloto parou de responder às chamadas dos controladores de tráfego aéreo gregos, que continuaram “até 00H29 GMT, quando o avião desapareceu dos radares”, quando deixava a zona de controle aéreo (FIR) grega.

“A 00H27 GMT, o centro de controle de Atenas tentou entrar em contato com o avião (…), mas, apesar dos repetidos apelos, a aeronave não respondeu”, indica o comunicado da YPA.

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, pediu prudência, ressaltando que “nada estava confirmado” a respeito do incidente.

“Devemos permanecer muito prudentes antes de fazer comentários, expressar hipóteses”, “muitas informações estão circulando, mas não foram verificadas”, ressaltou, expressando, ao mesmo tempo, “solidariedade” às famílias dos passageiros.

O avião transportava 56 passageiros, incluindo uma criança e dois bebês, sete tripulantes e três agentes de segurança, informou a companhia aérea.

No voo estavam 30 egípcios, 15 franceses, dois iraquianos, um britânico, um canadense, um belga, um português, um argelino, um sudanês, um chadiano, um saudita e um kuwaitiano.

No aeroporto do Cairo, os parentes dos passageiros foram levados para um local reservado.


Os ministros francês e egípcio das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault e Sameh Choukry, trocaram condolências, segundo o ministério egípcio, o que faz supor que há vítimas.

O avião decolou do aeroporto Charles de Gaulle, de Paris, na quarta-feira, às 22H45 no horário egípcio (17H45 de Brasília). A previsão de pouso no Cairo era 03H05 (22H45 de Brasília).

O A320 passou na quarta-feira por Eritreia, Egito e Tunísia, segundo o site FlightRadar24.

O fato de que os pilotos não tiveram tempo de enviar uma mensagem de emergência poderia sugerir, segundo especialistas, que aconteceu um incidente brutal e repentino no voo entre Paris e o Cairo.

No início da manhã, François Hollande e seu colega egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, concordaram, em uma conversa telefônica, em estabelecer uma “cooperação estreita” para determinar “o mais rapidamente possível as circunstâncias do desaparecimento”, informou o governo da França.

Este desaparecimento ocorre em um contexto difícil no Egito, pouco mais de seis meses após a explosão, em 31 de outubro, de uma bomba a bordo de um Airbus A321 que transportava turistas russos pouco depois de o aparelho decolar do resort de Sharm el-Sheikh, no sudeste do Egito, matando seus 224 ocupantes.

O ataque foi reivindicado pelo braço egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que tem aumentado seus atentados e ataques no Egito, principalmente contra as forças de segurança e interesses estrangeiros.


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