24/08/2024 - 17:00
Gabi Yoon tem diversas qualidades em comum com sua personagem Kelly, destaque da série “Tem Que Suar”, do Multishow. Ao lado de Marcelo Serrado, Heloísa Perissé e grande elenco, a atriz de 35 anos consegue levar algumas características pessoais para o estúdio de gravação.
“O meu noivo falou que ela é a minha cara, às vezes. Acho que algumas expressões, alguns jeitos que eu tenho lembram esse lado cômico da Kelly. Então, nesse sentido, me identifico com ela. Essa forma de querer ser amiga das pessoas também”, declara em entrevista exclusiva ao site IstoÉ Gente.
“A Kelly, é uma menina muito divertida. Ela é aspiradora de uma mega, super influencer bombada. E ela acha que com essa habilidade vai bombar a academia”, completa ela, referindo-se ao ponto central da história, que acontece em torno de uma academia no Bom Retiro, centro de São Paulo.
Primeira vez trabalhando com o gênero da comédia, Gabi diz que ficou nervosa com as audições, mas algo dizia que ela tinha tudo para ganhar o papel.
“Foi difícil. Toda audição é muito difícil, eu fico muito nervosa. Mas uma coisa que eu achei muito interessante é que fazia muito tempo que eu não me apegava a um projeto, tinha esse apego forte. E quando isso acontece eu acho que fica mais difícil de você levar um ‘não’. Acho que foi porque a gente estava saindo da pandemia, então eu queria muito passar”, explica.
A atriz, que também é cantora, cita quais são as suas inspirações no mundo da música: “Já na adolescência eu me inspirava muito nos artistas que já existiam. No canto, era muito Whitney Houston, Beyoncé, Michael Jackson. Engraçado que até naquela época eu gostava de ‘old pop’, uma coisa mais antiga. Agora, figuras artísticas, acho que vão mudando conforme você vai passando de fases na vida”.
Gabi Yoon é da Coreia do Sul e se mudou para o Brasil com os pais quando tinha dez anos de idade. Agora, que está com a carreira em ascensão, procura agregar representatividade amarela na área artística, unindo-se a nomes mais conhecidos, como Dani Suzuki, Jacqueline Sato, Sabrina Sato e Ana Hikari.
“Eu nasci na Coreia do Sul e vim para cá com 10 anos e nunca mais voltei para morar lá. Só fui fazer um intercâmbio. Apesar de eu ter nascido lá e ter uma boa parte da família lá, eu passei mais tempo de vida aqui”, afirma.
“No Brasil, apesar de ter muitas misturas, ainda quando se trata de pessoas amarelas tem uma coisa de enxergar a gente como estrangeiro. Mas tenho tido muita sorte de ter encontrado umas pessoas boas, que chegaram em mim muito mais com o olhar de curiosidade, do que de desrespeito ou preconceito”.
Segundo Gabi, a adaptação no Brasil foi mais fácil do que imaginava. “Criança suga muito rápido, né? E eu tive essa grande sorte de ter tido amigos que me acolheram muito bem. Eu estudava em uma escola onde eu era a única estrangeira, tinha muitos nipo-brasileiros lá dentro, então era um pouquinho legal também de ter essa transição. E era um grupo de amigos que até hoje eu converso, eles eram muito genuínos no sentido de me acolher, de perguntar se eu não tinha entendido alguma piada ou alguma palavra. Claro que eu já sofri uns [preconceitos, por exemplo], mas não era nesse contexto”, destaca.
A atriz revela ainda que contrariou a vontade dos pais quando decidiu seguir carreira artística. Isso porque sua família tinha uma visão diferente dela e criou expectativas na profissão que ela pretendia seguir.
“Minha mãe ela era muito ambiciosa comigo [risos]. Ela que me alfabetizou quando eu tinha 3 anos, na Coreia, com o alfabeto coreano. E depois, antes de entrar na faculdade, eu parecia uma pessoa meio comportada no sentido de tirar notas boas, ganhar bolsa, parecia uma ‘nerdzinha’ que vai seguir a carreira de advogada, por exemplo. Mas eu acho que eu dei a entender para eles que eu ia seguir esse tipo de carreira, eu já curtia música”, conta.
“Aos sábados e domingos eu gastava todo meu tempo dançando hip hop, estava sempre envolvida com essas coisinhas e eles não sabiam que eu estava sonhando com isso profissionalmente. Eles achavam que era uma coisa de hobby. Então, quando eu falei para eles que eu queria ser artista, caiu como uma bomba. Por isso que na primeira reação eles foram contra, ficaram muito preocupados comigo, tivemos umas fases de eu ter que conquistá-los de novo”, lamenta ela, que conseguiu o apoio dos pais, mesmo que depois de um tempo.
“Eles viram que eu estava atrás das coisas e sempre tiveram muita confiança em mim. Então, foi um processo de susto e recuperação até eles entenderem que a vida não é deles, a vida é minha, as escolhas são minhas e as responsabilidades também são minhas”, justifica.