A Allianz Arena, em Munique, recebe nesta quarta-feira, às 17 horas (de Brasília), um jogo com status de decisão pelo Campeonato Alemão. Surpresa do torneio, o RB Leipzig desafia o poderoso Bayern de Munique em uma partida da 16.ª rodada que vale mais do que terminar o ano na liderança – ambos somam 36 pontos. O rival do atual tetracampeão é o time mais odiado da Alemanha por ser da Red Bull, o que, segundo os torcedores mais tradicionais, é um desrespeito às raízes do futebol local.

Único brasileiro do elenco do RB – RasenBallsport e não Red Bull – Leipzig, o zagueiro Bernardo, filho do ex-volante Bernardo, com passagens por São Paulo e Corinthians, afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que tal postura dos rivais ocorre por causa do sucesso da equipe. Em apenas nove anos, o time foi da quinta divisão à elite.

A campanha te surpreendeu?

Foi surpreendente para todo mundo, tanto para nós quanto para quem estava vendo de fora. É um time jovem, que manteve a base da segunda divisão da temporada passada e, talvez por isso, não acreditavam na gente. Mas temos uma equipe de qualidade, com jogadores que no futuro vão estar em clubes maiores. Temos um time vertical, com jogadores rápidos, vontade, um espírito de segunda divisão. Esses fatores estão fazendo a diferença.

Como será enfrentar o Bayern?

É um jogo de muita expectativa. Só pelo fato de ser o último antes das férias e os times somarem o mesmo número de pontos já cria um aspecto de final. Jogar contra o Bayern já é um motivação diferente. É uma partida que todos querem ver. Estou ansioso e motivado.

O RB Leipzig é o realmente o time mais odiado da Alemanha?

A rejeição é muito grande. Todo jogo tem algum tipo de protesto, nada grande ou violento, mas tem uma faixa, um cartaz, um mosaico, uma música. Não consigo entender qual a lógica disso, já que existem outros clubes nesta condição. Wolfsburg, Ingolstadt, o próprio Bayern, Leverkusen, Dortmund, Hoffenheim têm empresas por trás. O que está incomodando os torcedores dos outros clubes é o sucesso do projeto. É um clube novo, com ideias novas, aí sim com um patrocinador forte, ameaçando equipes tradicionais. Acho que é isso que incomoda e não o patrocinador porque isso não é uma coisa nova na Alemanha.

O RB Leipzig pode repetir o feito do Leicester City?

Surpreender na Alemanha é muito difícil. Aqui só tem apenas o Bayern como grande e dificilmente vai perder pontos, diferentemente da Inglaterra. Acho muito difícil ter uma zebra. Vamos ver até onde podemos chegar. O futebol é um esporte que todos gostam por não ser previsível. Para um clube que começou o campeonato com o intuído de não cair, conseguir uma vaga em uma liga europeia será um título.

Como é a relação com o seu pai, que foi jogador?

É próxima, estamos sempre conversando por mensagem e pelo menos duas vezes por semana por telefone. Ele teve uma influência muito grande na escolha da minha profissão. O interessante é que o jogo será contra o time que ele defendeu na Alemanha. Se eu fizer um bom jogo e conseguir o resultado dá para tirar um sarro.