As despesas comerciais, gerais e administrativas da PDG Realty somaram R$ 104,1 milhões no quarto trimestre de 2016, alta de 11% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
As despesas comerciais atingiram R$ 59,3 milhões, crescimento de 74%, enquanto as despesas gerais e administrativas foram de R$ 44,8 milhões, recuo de 25%.
A PDG continuou realizando cortes de funcionários para enxugar as despesas. No fim de dezembro, a incorporadora mantinha 887 colaboradores, 13% a menos do que no fim de setembro. Já em 2012, eram 10,7 mil empregados.
Contas a receber
A combinação de queda nas vendas de imóveis, oferta de descontos significativos e, principalmente, cortes nas projeções das contas a receber levaram a incorporadora PDG Realty ao prejuízo de R$ 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2016, agravando seu quadro em meio ao já complexo processo de recuperação judicial.
O principal efeito negativo sobre o balanço foi a retirada de R$ 1,1 bilhão da projeção das contas a receber. Essa baixa se deve ao aumento na provisão para devedores duvidosos, deságio de cessões e descruzamento de parcerias.
Em 2016, a margem da PDG continuou sendo pressionada pela concessão de descontos, principalmente nas antecipações de pagamentos de parcelas e nas vendas à vista.
Entre outubro e dezembro, a incorporadora obteve uma receita bruta de R$ 64,8 milhões nas vendas imobiliárias, o que representa apenas 22,7% do custo das unidades vendidas no período, que eram de R$ 284,4 milhões – evidenciando a perda de faturamento com os descontos forçados pela forte necessidade de gerar caixa.
Além disso, a queda na receita do período também está relacionada à desaceleração nas vendas. A PDG não lançou nenhum novo projeto em 2016. No acumulado do ano, as vendas líquidas atingiram R$ 332 milhões, queda de 40% em relação ao ano de 2015. Já os distratos totalizaram aproximadamente R$1,1 bilhão no ano, queda de 42% em relação a 2015, mas ainda assim um volume alto.
“As condições de crédito, a escassez de funding, as atuais taxas de financiamento e o cenário econômico ainda deprimido afetaram negativamente os distratos”, afirmou a administração da PDG em sua apresentação de resultados. “Os distratos só não foram maiores em função da restrição de caixa da companhia, que não permitiu a efetivação de todos os distratos solicitados ao longo do ano”, completou.