Jogou dinheiro fora o empresário que pagou propina na expectativa de receber empréstimo do bilionário Fundo de Infraestrutura do FGTS. Nunca Eduardo Cunha e Fabio Cleto (ex-vice-presidente da CEF) tiveram poder para definir quais projetos seriam analisados nas reuniões deliberativas do FI-FGTS. Isso cabe só à Caixa, gestora dos recursos. E para aprovação final é preciso no mínimo 9 dos 12 votos do colegiado. Assim, “comprou fumaça” quem caiu na lábia de Cleto. Ele teria que “faturar” três votos de seus colegas para “desaprovar” algum projeto. Nem tentou.

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Justiça
Desafinados
É de proporções olímpicas a briga entre a União Brasileira de Editoras de Música e o Youtube. A Ubem acusa o portal de promover a divisão da nossa classe artística e de utilizar obras musicais sem autorização, “faturando bilhões”. Também dispara porque a plataforma quer remunerar os direitos de execução aqui pagando 75% do que deveria, ao contrário dos 100% em países como EUA, Espanha, México e Inglaterra. A disputa está indo para os tribunais.

Eleições 2016
Com lupa
A Justiça Eleitoral acompanha com preocupação as campanhas de ataque às urnas eletrônicas, principalmente pelas redes sociais. Por isso, o TSE vai reforçar nesse segundo semestre os esclarecimentos de como o sistema é seguro, em todas as suas etapas.

Agências reguladoras
Mais rigor
O futuro das agências reguladoras federais passará pelo crivo da Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional. Criada em 2015, no Senado, para aprovar medidas que estimulem o crescimento do PIB, na terça-feira 12 o colegiado decidirá se o mandato das diretorias desses órgãos cairá de três para dois anos. Os senadores também querem tornar obrigatória a ida de seus dirigentes ao Legislativo, para prestarem contas. Por lei, hoje, só podem receber convites – que são aceitos ou não.

Meio ambiente
Alarme dado
A seca na Amazônia que em 2010 foi a mais extensa em 100 anos poderá se repetir nos próximos meses. O alerta de pesquisadores da Nasa e da Universidade da Califórnia não teve grande repercussão no governo Temer. Mas deveria. Na semana passada, o Rio Tapajós estava um metro abaixo de sua média histórica nessa época do ano (7,10m). Outros mananciais da região registram situação parecida, como o Rio Negro, reflexo de uma estação chuvosa fraca, entre dezembro e junho último.

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Redes sociais
Trio de ouro
A um mês das Olimpíadas, um estudo do Instagram apontou o futebol como assunto preferido de 165 milhões de fãs de esportes no mundo, que tem o aplicativo. A seguir vem o basquete e as lutas de combate. Em média, os entusiastas seguem oito contas de esportes, sendo seis delas de atletas.

Segurança pública
Mãos dadas
Autoridades de segurança e inteligência avaliam que, no Brasil, um ataque terrorista é possível, mas não provável. Nesse contexto entendem que as Olimpíadas são evento a parte, onde um atentado pode se dirigir a uma delegação ou atleta estrangeiro e não, necessariamente, ao País. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, passará nesses Jogos pelo seu primeiro grande teste no cargo. Felizmente, está convicto de que é preciso trabalhar duro na segurança, integrar forças e promover cooperação internacional. Não fosse isso, restaria rezar para tudo dar certo.

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Brasil
Bateu o martelo
Dilma Rousseff não levará nenhum presente para casa recebido no primeiro ou no segundo mandato, quando deixar de vez a Presidência da República. A extensa lista inclui quadros, pratarias, louças e até bebidas. Tudo ficará no Palácio da Alvorada, cabendo ao futuro governo decidir o destino do material. Uma atitude que contraria a de seus antecessores, como José Sarney, FHC e Lula.

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Saúde
Olho clínico
A sugestão foi dada de graça ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, em um recente encontro com o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Antônio Carlos Lopes. “Se o governo federal quer melhorar o ensino da saúde no Brasil deveria estimular as Forças Armadas a abrirem uma escola superior de medicina, com o nível de excelência do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, da FAB, focado na área de engenharia”. E emendou Barros: “só no Brasil faculdade de medicina dá lucro”.

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Brasil 1
Rumo ao Sul
A presidente afastada vai morar em Porto Alegre depois que seu mandato terminar. Dilma Rousseff tem três apartamentos na capital gaúcha – um que estava alugado já foi devolvido pelo inquilino. Duas unidades ficam num mesmo prédio, próximo onde vive a sua filha e os dois netos. Em um ela irá residir. No outro, adaptado para pessoas com dificuldades de locomoção, viverá a sua mãe. A doença da mãe a entristece, apesar de comum em pessoas com idade avançada. No terceiro e mais antigo imóvel, Dilma montará um escritório. Nele ficará boa parte dos seus 25 mil livros. Parte dos títulos já levou para Porto Alegre, outros irão mais tarde. Aos que lhe atendem hoje no Alvorada ela permite escolher quais obras desejam.  Nos últimos tempos Dilma ficou craque no Spotify, dando preferências às músicas clássicas.

Propaganda
Rachou geral
Grandes agências não querem mais bancar os custos do Instituto para Acompanhamento da Publicidade. Poucos sabiam de sua existência. Surgiu em 1997, para fornecer informações à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a respeito dos anúncios do governo. Sem a contribuição privada da ordem de R$ 2 milhões por ano que lhe dá vida, o IAP deverá morrer por inanição – e logo.

Política
Quinta coluna?
Nesse segundo mandato, um ministro de Dilma Rousseff dava a nítida impressão ao País de ter pleno acesso pleno ao gabinete da presidente. Com o passar do tempo nota-se que a relação não era ótima. Apenas normal. Tanto que dele a ainda petista não morre de saudades.

Economia
Na dele
Foi diplomático e sábio o ministro Henrique Meirelles, no encontro da quinta-feira 7, com os governadores de estados do Nordeste, em Brasília. Não fez uma promessa, não tomou decisões e prometeu estudar uma a uma as sugestões. Muita chiadeira dos visitantes, “de que o governo federal gastou além da conta, ajudou os grandes estados e agora todos foram chamados a dividir a conta”.

Gente
Entre eles
O Brasil nunca teve um candidato a Nobel de Economia. Mas ganhadores do prêmio como Eric Maskin (2000) e Robert Lucas (1995) se reuniram com outros 400 acadêmicos e pesquisadores na semana passada, no Rio de Janeiro. Foi para festejar os 70 anos do professor Aloisio Araujo, da FGV e do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada.  A trajetória do homenageado se assemelha com a de João Gilberto nos anos 70: reconhecido no mundo e pouco no País. Ele é  membro da American Economic Association e da American Academy of Arts and Sciences, tem mais de 60 artigos publicados em revistas internacionais, foi professor de universidades como Sorbonne, Harvard, Columbia e Chicago e formou mais de 40 doutores.

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