Um dos fetiches mais comuns ao populismo de esquerda é a questão do tamanho e custo do Estado. Essa gente estranha e mofada intelectualmente costuma acreditar, a despeito de todas as provas em contrário, que, quanto maiores o Estado e o gasto público, maior será o crescimento econômico.

Segundo o economista e ex-presidente do Banco Central, Alexandre Schwartsman, o gasto público do País cresceu, de 1997 a 2016, cerca de 6% ao ano (acima da inflação), enquanto nosso PIB (Produto Interno Bruto) patinou vergonhosamente nas últimas colocações dentre as maiores economias do mundo.

Gastos elevados jamais significaram crescimento. Ao contrário! Contas estouradas geram endividamento público, aumento de juros, inflação e, no limite, recessão. Pior: estagflação – recessão com inflação -, rumo em que nos metemos e caminhamos a passos mais do que ligeiros para o abismo final.

QUANTIDADE X QUALIDADE

A grande questão, portanto, não é o tamanho do gasto, mas sua qualidade. A cleptocracia lulopetista, por exemplo, investiu muito – e mal – em setores escolhidos a dedo, ou melhor, pela capacidade de pagar propinas, e deixou um legado de destruição econômica jamais visto em tempos de paz, em um país ocidental.

Sim, o triênio recessivo de Dilma Rousseff, com inflação, juros e desemprego nas alturas – produzido e gestado durante os oito anos de gastança desenfreada do líder do mensalão e do petrolão – foi algo inédito em um país em não-guerra. Nossa eterna estoquista de vento, coitada, colheu os frutos amargos do seu criador

Mas hoje mesmo, no desgoverno de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, assistimos ao estouro dos gastos e a uma crise sócio econômica monumental, agravada sobremaneira após a pandemia do novo coronavírus e a invasão da Ucrânia pela Rússia. Tudo somado, formou-se uma tempestade perfeita.

SEMPRE OS MESMOS

O gasto público no Brasil, historicamente falando, infelizmente, não fomenta o crescimento econômico, mas, sim, o bolso de grupos empresariais específicos e, principalmente, o das castas do funcionalismo público, via salários e benefícios especiais. Sem contar, por óbvio, a fogueira maldita da corrupção generalizada.

Além disso, basta verificarmos o gasto com o custeio dos Três Poderes – e nas três esferas (municipal, estadual e federal), para realizarmos a certeza de onde, ou melhor dizendo, para onde correm os trilhões de reais em impostos tungados, anualmente, da iniciativa privada e do trabalho árduo da população – sobretudo os mais pobres.

Eu pergunto, pois, ao pai do Ronaldinho dos Negócios: fundão eleitoral produz crescimento? Aposentadoria especial para filhas de militares produz crescimento? Dinheiro para sindicato fazer festa e sindicalista comprar Rolex produz crescimento? Empréstimos para ditadores e ditaduras produzem crescimento?

COMO, QUANTO, ONDE GASTAR?

O ocorrido no governo Michel Temer foi emblemático: com a aprovação do ‘teto de gastos’ e algumas poucas reformas macroeconômicas, o Brasil experimentou uma de suas menores taxas de juros reais em décadas, e isso, sim, nos levou a algum tipo de crescimento. É um fato comprovado e não uma opinião, entendem?

Outro exemplo emblemático, mas oposto: o governo federal gastou cerca de 700 milhões de reais com a vacinação (três doses), ao mesmo tempo em que os políticos embolsaram mais de 5 bilhões de reais em fundos partidário e eleitoral. E o que induz o crescimento: a saúde da população ou a roubalheira no Congresso?

De que adiantaria aumentar os gastos em Educação, por exemplo, que são espetaculares, ainda que absurdamente mal-empregados, se os amigos do rei – ou os pastores do ‘mito’ – abocanham nacos imensos? De que adiantaria aumentar os gastos em Saúde, se parte vai parar em Viagra superfaturado para militares meia-bomba?

JÁ FOI PRO SACO!

Outro ponto a se observar é que, de uma forma ou de outra, o tal Teto de Gastos, criado em 2016, já foi para o brejo faz tempo, por causa dos gastos excepcionais na pandemia. E não só. Este ano, Bolsonaro conseguiu aprovar ‘despesas extraordinárias’ de quase 100 bilhões de reais, sobretudo para emendas secretas, para tentar a reeleição.

Faz 20 anos que o País gasta muito mais do que arrecada e não cresce. Portanto, queira Lula, o ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro), ou não, insistir na falácia, são juros, inflação e desemprego que mostram quem está com a razão: os responsáveis ou os irresponsáveis (perdulários) fiscais.

Por fim, escrevi para desmentir o chefão petista, mas vale também para o patriarca do clã das rachadinhas. Aliás, já está valendo, haja vista a situação calamitosa atual. Por isso, ou um ou outro não farão a menor diferença (positiva) nos rumos do País e de nossas vidas, pois são dois corruptos, irresponsáveis, incapazes e gastões.