10/01/2024 - 11:24
A desinformação gerada por inteligência artificial (IA) lidera a lista dos dez maiores riscos para o mundo nos próximos dois anos, devido aos possíveis efeitos sobre as próximas eleições presidenciais – que devem abranger boa parte da população global. Divulgada nesta quarta-feira, 10, a análise é do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em preparação para o encontro de líderes globais na próxima segunda-feira (15), em Davos.
“Não mais exigindo um conjunto de habilidades de nicho, as interfaces fáceis de usar para modelos de IA em larga escala já permitiram uma explosão de informações falsificadas e do chamado conteúdo ‘sintético’, desde a sofisticada clonagem de voz até sites falsificados”, avalia o WEF.
O relatório observa que detectar esses conteúdos sintéticos “está cada vez mais difícil”, mesmo para ferramentas especializadas, e que os esforços de governos para criar regulações não consegue alcançar em “rapidez e efetividade” o ritmo de desenvolvimento da IA. O documento aponta que existem iniciativas que poderiam complementar esses esforços, como a exigência da China para que conteúdos gerados por IA tenham marcas d’água para identificação, mas alerta que isto não impede a disseminação de desinformação por não deixar claro a veracidade e intenções por trás do conteúdo, “confundindo” o público.
E o risco é de que esses conteúdos possam ampliar a polarização e minar a legitimidade de governos recém-eleitos. “Os resultados desse cenário podem variar de protestos violentos e crimes de ódio a confrontos civis e terrorismo”, alerta o WEF.
Nos próximos dois anos, aproximadamente 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo devem votar em disputas eleitorais, incluindo Estados Unidos, Índia, Rússia, Indonésia, México e Reino Unido. Abrindo este período, Taiwan realizará eleições presidenciais no próximo sábado (13).
O relatório também analisa outros riscos para a economia global, dividindo em listas de curto e longo prazo. Além de desinformação, completam a lista de maiores riscos globais nos próximos dois anos, por ordem de importância: eventos climáticos extremos, polarização social, insegurança cibernética, conflitos armados entre Estados, falta de oportunidade econômica, inflação, migração involuntária, recessão econômica e poluição.