O desfile governamental em celebração do 7 de Setembro, dia da Independência, reúne o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a primeira-dama Janja da Silva, ministros de Estado e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), neste domingo em Brasília.
Historicamente, o ato cívico tem as presenças dos presidentes do Legislativo e do Judiciário, mas o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) passa o feriado no Amapá, enquanto o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), representa a corte em agenda na França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa do desfile do Dia da Independência
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A cerimônia é aberta ao público e teve distribuição de bonés com a estampa “Brasil Soberano” aos presentes, conforme reportou a emissora CNN Brasil.
O lema é utilizado por Lula para capitalizar sobre o embate com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e recobrar o discurso nacionalista que ficou associado a Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores nos últimos anos. Recentemente, ministros usaram bonés com a frase em agendas oficiais de governo.
Também neste domingo, aliados de Bolsonaro marcaram atos em dezenas de capitais do país para marcar a oposição ao julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado no Supremo e fazer pressão sobre o Congresso pela aprovação de um projeto de anistia que livre-o da cadeia.
O discurso de Lula pelo 7 de Setembro
Em pronunciamento exibido nas redes abertas de rádio e televisão na noite de sábado, 6, o petista voltou a apostar no discurso da soberania nacional em reação às tarifas de 50% impostas pelo governo americano sobre produtos brasileiros enviados ao país, em vigor desde 6 de agosto.
“Somos capazes de governar e cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro. Mantemos relações amigáveis com todos os países, mas não aceitamos ordens de quem quer que seja“, afirmou.
Mesmo sem menção a Trump, a relação mais evidente é ao republicano ter citado uma “caça às bruxas” do Judiciário brasileiro contra Bolsonaro em tentativa de pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) a recuar na iminente condenação do ex-presidente, cujo julgamento termina em 12 de setembro.
“Defendemos nossa riqueza, meio ambiente, instituições e democracia, e resistiremos a qualquer um que tente golpeá-la“, seguiu o presidente. Bolsonaro é réu por suposta tentativa de ruptura institucional após perder a eleição de 2022 para o atual mandatário.
“É inadmissível que políticos brasileiros estimulem ataques ao Brasil. Foram eleitos para defender os interesses do povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria“, concluiu.
Filho do ex-presidente, Eduardo se licenciou do mandato e foi aos EUA em março com o objetivo declarado de articular reações do governo americano ao Supremo, em pacote que inclui o tarifaço, a revogação de vistos e o enquadramento do ministro Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky.
A reação firme à Casa Branca tem rendido frutos para Lula, que superou seus piores índices de popularidade e viu a aprovação do governo subir em meio ao atrito com Trump. Além disso, o discurso da soberania deve dar a tônica de mobilizações governistas previstas para este domingo, em data que tem sido dominada nas ruas pelo bolsonarismo.