Desemprego na Alemanha fecha 2017 com 5,7%, mínimo recorde

Desemprego na Alemanha fecha 2017 com 5,7%,  mínimo recorde

O desemprego na Alemanha encerrou 2017 com um índice de 5,7%, um novo mínimo desde a Reunificação de 1990, o que demonstra o dinamismo da primeira economia europeia, sem governo há mais de três meses.

Em dezembro, a taxa de desemprego estagnou em 5,5%, de acordo com dados corrigidos das variações estacionárias, enquanto que durante todo o ano caiu para 5,7%, um novo mínimo desde a Reunificação, anunciou nesta quarta-feira Agência para o Emprego.

No ano passado, o número de desempregados baixou em 158 mil pessoas, atingindo 2,53 milhões de pessoas sem emprego.

Há vários anos, a Alemanha experimenta um declínio de sua taxa de desemprego, enquanto sua situação econômica ganha peso. Em 2013, passou de 6,9% para 6,7% em 2014, para 6,4% em 2015 e para 6,1% em 2016, antes de cair para 6% em 2017.

“O mercado de trabalho experimentou um desenvolvimento muito bom em 2017: o número médio de pessoas sem emprego caiu pelo quarto ano consecutivo (…) e a demanda de novos funcionários aumentou novamente em relação ao ano anterior”, disse em comunicado Detlef Scheele, chefe da Agência para o Emprego.

Berlim espera um crescimento do PIB alemão de 2% em 2017 e 1,9% em 2018, previsões abaixo das da maioria dos especialistas. O Bundesbank, o banco central alemão, mais otimista, espera um crescimento de 2,3% em 2017 e de 2,5% em 2018.

Para Jorg Zeuner, economista-chefe do banco público KfW, os “trabalhadores e pessoas que procuram emprego na Alemanha têm todos os motivos para serem otimistas este ano”.

Haverá “novos recordes de emprego e um aumento significativo nos salários em 2018”, acrescentou.

Timo Klein, analista do IHS Markit, calcula uma taxa de 5,4% até 2018. Mas outros especialistas acreditam no entanto que pode haver uma desaceleração no bom desempenho econômico do país, por causa de seus muitos desafios.

– Desequilíbrios –

O mercado de trabalho alemão está muito desequilibrado, com fortes diferenças em função das regiões e setores.

“Enquanto na Baviera ou em Bade-Württemberg podemos falar de pleno emprego, com uma taxa de cerca de 3%, (as cidades-estados) de Berlim e Bremen ainda estão longe, com taxas de 8 ou 10%”, explica Zeuner, da KfW.

A evolução demográfica também preocupa. A Alemanha está envelhecendo, e apenas a maior participação de mulheres e idosos no mercado de trabalho, bem como a presença de imigrantes da União Europeia (UE), retarda essa tendência.

A população ativa cresceu no ano passado para 44,3 milhões, a maior na Alemanha desde 1990.

A Alemanha é cada vez mais confrontada com a falta de mão-de-obra qualificada, que é “um freio importante para o crescimento”, adverte Michael Hüther, diretor do IW Economic Institute.

As pesquisas realizadas pela Federação Alemã de Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK) mostram que 56% das empresas questionadas acreditam que esta falta de especialistas representa um grande risco para suas atividades.

Desde 2015, mais de um milhão e meio de requerentes de asilo chegaram à Alemanha, mas esses recém-chegados, sem dominar a língua e com barreiras socioprofissionais significativas, ainda estão longe de integrar o mercado de trabalho de forma massiva.

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