O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai fechar o ano com desembolso de R$ 15 bilhões para o setor elétrico, informou nesta quinta-feira, 9, a superintendente da área de energia do banco, Carla Primavera. O valor é maior do que a expectativa do banco no início do ano e um pouco maior do que os R$ 13,4 bilhões de 2017.

Segundo a executiva, a carteira total do setor elétrico do banco é da ordem de R$ 150 bilhões, sendo R$ 30 bilhões referentes a projetos eólicos. Dos 13 gigawatts atualmente instalados em energia eólica no País, 12 gigawatts foram financiados pelo BNDES, informou durante debate na nona edição do Brazil Windpower 2018.

Normalmente destinados a investidores que participam dos leilões do governo para venda no mercado regulado de energia, os recursos do BNDES agora também estão disponíveis para projetos nos mercados livres e spot, observou Carla Primavera, uma tendência diante do recuo da demanda das distribuidoras devido à recessão econômica.

“Podemos oferecer financiamento que seja combinado com o ambiente livre e regulado”, explicou a executiva, que prevê que no próximo leilão de compra de energia para 2024 (A-6) essa alternativa será utilizada. O prazo do financiamento no mercado livre giram em torno de quatro a 10 anos.

Ela disse que o banco está preparado para financiar até 100% da venda de energia no mercado livre, mas que os próprios agentes ainda preferem ter um pedaço da energia adquirida no mercado cativo – que tem conexão com linhas de transmissão garantida e outras proteções regulatórias – e outra no mercado livre para aproveitar preços mais realistas.

“Depende desse amadurecimento desses investidores. No último leilão (A-4) isso já aconteceu”, disse a jornalistas após o debate. Ela informou que as condições de financiamento para o leilão previsto para 31 de agosto serão as mesmas do leilão do primeiro semestre.

No leilão realizado pelo governo no início do ano (A-4) a EDF vendeu energia barata no mercado cativo e deixou parte do projeto para venda no mercado livre.

De acordo com a executiva, a tendência daqui para frente é que o mercado regulado tenha uma participação menor na carteira do projeto que será construído do que o mercado livre ou spot. “Todos os nossos clientes nos procuraram para o próximo leilão, eles costumam fechar antes os contratos nos mercados livre ou spot e depois procuram o banco”, disse Primavera.