O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, disse em entrevista a um podcast que, quando começou na carreira de juiz, ganhava menos que um garçom. “O garção disse, interferindo na nossa conversa [em um restaurante], que ganhava mais do que eu, juiz”, disse ele no programa Agora Pod.
O perrengue do magistrado, segundo ele, não acabou:
“Pouco tempo atrás, eu confesso a vocês, eu tive de sair do meu plano de saúde da Sul América e tive de migrar para a Unimed porque eu não estava conseguindo pagar um plano de saúde digno para mim e para a minha família. É assim a vida do magistrado.”
Além de defender a remuneração dos juízes, o desembargador saiu em defesa do vale-peru. No fim do ano, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso concedeu um benefício de R$ 10 mil para todos os servidores. A bonificação foi chamada de vale-peru e o CNJ obrigou o TJMT a pedir a devolução do bônus.
Para o desembargador, a vida de um juiz “é quase uma vida de monge”.
“Eu já passei agruras na magistratura financeiramente. Hoje estamos vivendo um período de bom salário.”
De acordo com os dados abertos do CNJ, o desembargador recebeu no ano passado, entre salários, indenizações e direitos pessoais e eventuais, nada menos que R$ 1,9 milhão. Este ano, em janeiro, recebeu R$ 111,7 mil.
A coluna entrou em contato com a assessoria de imprensa do TJMT para que Perri se manifestasse sobre a declaração, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.