Não é exagero dizer que a única coisa que permaneceu intacta desde o nascimento até os 70 anos do Maracanã é sua história. As principais mudanças na estrutura do principal estádio do País ocorreram num intervalo de 15 anos, e isso depois de passar mais de meio século praticamente como fora fundado.

A primeira reforma ocorreu no fim da década de 1990 e tinha como objetivo colocar o Maracanã em condições de sediar o Mundial de Clubes da Fifa de 2000. Eram os primórdios do “padrão Fifa” e a famosa arquibancada de concreto duro e cadeiras de metal cedeu lugar aos assentos de plástico. Orçada à época em cerca de R$ 50 milhões, a obra no estádio acabaria custando mais que o dobro.

Meia década depois, o Maracanã passaria por intervenção ainda maior – em custos e estrutura. Escolhido para ser um dos principais palcos dos Jogos Pan-Americanos de 2007, o estádio teve o gramado rebaixado e a famosa Geral – setor onde os torcedores ficavam em pé – foi extinta. A reforma consumiu seis vezes o valor previsto e custou o equivalente a um estádio novo, R$ 300 milhões.

Mas foi a Copa do Mundo de 2014 que atingiu de fato o Maracanã. O “padrão Fifa” exigido para que o estádio pudesse sediar a final do Mundial fez com que até suas marquises, tombadas pelo patrimônio histórico, fossem derrubadas. Do projeto original, restou o esqueleto – e olhe lá. O famoso teto de concreto deu lugar a um mais leve, de fibra. Os assentos foram trocados e camarotes e setores VIPs, construídos. Tudo isso ao custo de mais de R$ 1 bilhão.

Para os Jogos Olímpicos do Rio, estava prevista mais uma reforma, quando os responsáveis pelo evento alertaram que os portões de acesso ao gramado não estavam nas especificações desejadas para as cerimônias de abertura e encerramento. Na ocasião, porém, nada foi mexido – a não ser mudanças temporárias na arquibancada.