Como novo treinador do Corinthians, Jair Ventura vai assumir uma equipe em crise técnica e tática. A melhor defesa em quatro das últimas oito edições do Campeonato Brasileiro é apenas a sexta menos vazada neste ano. O time ainda não conseguiu se reconstruir após perder quatro titulares (Balbuena, Rodriguinho, Maycon e Sidcley) e não sabe se é melhor jogar com ou sem centroavante. Com isso, está praticamente fora da briga pelo título nacional – ocupa posição intermediária na tabela de classificação.

Seu trabalho começa nesta sexta-feira com o primeiro treinamento e a apresentação oficial no CT Joaquim Grava, em São Paulo. O novo técnico tem de começar a resolver esses problemas para o clássico diante do Palmeiras, neste domingo, e para a semifinal da Copa do Brasil, na quarta-feira, contra o Flamengo.

Além da reconstrução da defesa, Jair terá de resgatar a criatividade da equipe, que depende principalmente das enfiadas de Jadson e das jogadas individuais de Pedrinho. E só. Ele terá a missão de recuperar atletas que estão em má fase, como Romero e Ralf, e promover a integração dos jogadores sul-americanos como Ángelo Araos e Sergio Díaz, que ainda não estreou e seria relacionado para o clássico por Osmar Loss.

Por outro lado, o técnico vai reencontrar um antigo aliado: o atacante Roger, que viveu grande fase com ele no Botafogo.

SEGUNDA OPÇÃO – Após a demissão de Loss, o único nome de consenso para substituí-lo era o de Abel Braga, que não quis iniciar conversações. Ele só deve voltar a trabalhar em dezembro, pois quer se dedicar à família após a morte de seu filho um ano atrás.

Diante da recusa, a escolha de Ventura foi uma aposta pessoal do presidente Andrés Sanchez. Cada membro da diretoria tinha um nome preferido. Dorival Junior e Levir Culpi chegaram a ser consultados. O atual presidente já havia tentado contratar Ventura em 2016, antes da efetivação de Fábio Carille.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Alguns fatores principais levaram à contratação: a capacidade de Jair de organizar times medianos – sem grandes estrelas -, a habilidade para trabalhar com jovens e o conhecimento tático. Seu bom trabalho foi no Botafogo em 2016, quando assumiu o clube no lugar de Ricardo Gomes. O técnico de 39 anos conquistou vaga na Copa Libertadores com elenco limitado. No ano seguinte, ainda com poucos recursos, chegou às quartas de final da competição continental e às semifinais da Copa do Brasil.

Ventura estava desempregado após ser demitido do Santos em julho. Trabalhou na Vila Belmiro durante sete meses. Isso facilitou o acordo. A passagem pelo Santos foi criticada por parte do torcida, que tinha reservas ao seu estilo de jogo “retranqueiro”. Ele chegou à semifinal do Campeonato Paulista, mas deixou o clube na 15.ª posição do Brasileirão.

Embora a sua carreira seja curta, com campanhas díspares, tem estilo valorizado pelos cartolas corintianos e alinhado à história recente do clube: construção de time competitivo a partir da defesa.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias