13/09/2024 - 8:30
Comemorado por chefes de Estado nos Governos anteriores como um bom presidente na América do Sul – com cacife para falar de igual para igual com colegas em fóruns internacionais – o presidente Lula da Silva perdeu o brilho no 3º mandato, e o Itamaraty tenta apagar incêndios. Não bastasse a fala infeliz de comparar o contra-ataque israelense contra o Hamas ao holocausto (balançou negócios bilaterais), Lula tem sido um livro de problemas verbais quando discursa, voluntariamente ou por força do cargo em casos os quais o Brasil tem que se posicionar. Além da posição dúbia sobre a eleição suspeita na Venezuela, no qual primeiramente saiu em defesa de Maduro, agora é a Comissão Europeia quem decidiu dificultar as coisas, por não ver com bons olhos a dubiedade do Governo brasileiro em diversos assuntos. A UE jogou balde de água fria nas pretensões de Lula concluir negociação para o tratado de livre comércio com Mercosul. Lula queria anunciar o acordo no G20 de novembro. Vem mais chumbo aí.
Posições e discursos dúbios fazem Lula da Silva perder o brilho: ele não é mais o presidente admirado pelos colegas nos fóruns internacionais
Paraíba ferve com caneta de Vital
A política na Paraíba está pegando fogo nestas eleições. Os clãs Morais, Motta (do potencial candidato a presidente da Câmara), Ribeiro, Lucena e Roberto estão alvoroçados e buscando espaços para a eleição de 2026. Tudo isso por uma mexida do quadro em Brasília: o ex-senador e ministro do TCU Vital do Rêgo, de família tradicional do Estado, assume a presidência do órgão administrativo que fiscaliza verbas federais e julga as contas de gestores públicos municipais. Com a caneta quase na mão, Vital já leva um beija-mão invejável de alcaides, tanto no reduto, quanto em Brasília. E já está de olho nas gestões locais.
Não teve outro jeito
Nada acontece no Congresso sem passar pelo Centrão – partidos de centro e direita que fazem do presidente refém para a governabilidade. Foi o grupo quem avalizou Hugo Motta (Rep-PB) como o candidato de consenso do Palácio e de Arthur Lira. Lula da Silva terá de engolir nomes apadrinhados por opositores como Lira e o ex-deputado Eduardo Cunha.
Desafio da acolhida após o refúgio
O Governo do Brasil concedeu mais de 100 mil refúgios a estrangeiros nos últimos cinco anos, a maioria para venezuelanos, como mencionado anteriormente pela Coluna. Mas o apoio a essa população ainda caminha a passos lentos. Segundo relatório da Agência da ONU para Refugiados, a instituição atendeu a 9.746 refugiados de janeiro a junho deste ano, com ações “de Meios de Vida e inclusão econômica, além de certificação/formação profissional, acesso a cursos de português e oportunidades de emprego formal”. Porém os números ainda são pequenos comparados ao montante de refugiados que o País recebe anualmente.
Blumenau: PT quer água na cerveja
O Sebrae realizará com a Apex-Brasil o Seminário de Cultura Exportadora na próxima segunda-feira (16) em Blumenau (SC). Curiosos descobriram que a deputada federal Ana Paula Lima (PT-SC), esposa de Décio Lima, presidente do Sebrae, disputa a eleição para a prefeitura. De acordo com as pesquisas mais recentes, a petista perde para o candidato do PL bolsonarista, Egídio Ferrari. Essas pesquisas revelam, ainda, que a gestão de Lula é reprovada por 73,7% dos entrevistados. Décio Lima foi prefeito de Blumenau entre 1997 e 2000. Pelo visto, a farra na cidade não se resume à Oktoberfest.
Oposição vai atrás de quem sabia
A oposição não considera encerrado o caso vergonhoso que apeou Silvio Almeida do ministério. Deputados querem cavar mais fundo para achar os nomes do Palácio que sabiam das denúncias informais no Governo, conforme apurado pela imprensa, e nada fizeram. Isso é leniência e prevaricação.
O quarto Poder
Quatro famílias mandam muito hoje na política nacional: os clãs Bolsonaro (um ex-presidente cabo eleitoral, um deputado, um senador e um vereador); os Vital do Rêgo (um senador e o futuro presidente do TCU); os Calheiros (um ministro, um senador e um governador apadrinhado); e os Barbalho (um senador, um ministro e um governador).
Se Motta não vingar
A despeito da entrada de Hugo Motta (Rep-PB) na disputa para a presidência da Câmara, Antônio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA), rifado por Arthur Lira, não pararam agendas. Ambos garantem que serão candidatos. Filiado a um partido grande da base governista, Brito tem mais chance de ser o plano B do Palácio.
NOS BASTIDORES
Cortinado do Alvorada
Dona Janja da Silva, a primeira-dama, mandou trocar todas as cortinas e carpetes do Palácio da Alvorada, a seu gosto. Não quer nada que lembre a inquilina antecessora.
Governo & braço forte
O Ministério da Integração Nacional venceu a queda de braço com o Exército e puxou a para a pasta a tutela do decano e bilionário programa Calha Norte. A dúvida agora é se a caserna vai colaborar.
Vamos falar de Maduro
O chanceler do Panamá, Javier Vásquez, visitou Brasília para tratar de Nicolás Maduro. Conversou com o colega Mauro Vieira. O presidente do país caribenho, José Mulino, pretende realizar uma Cúpula sobre a Venezuela, mas o Brasil resiste.
Sem propulsão…
O protocolo Brasil-China para o Desenvolvimento do satélite CBERS-6 passou na Câmara. Prevê radar para monitorar a região amazônica. Mas os dois países não têm verba extra de US$ 51 milhões para ele.