Derrotas de Lula no mundo

Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é jornalista graduado na FACHA, no Rio, e pós-graduado em Ciências Políticas pela UnB. Iniciou carreira em 1996 em MG. Foi colunista do Informe JB, da Gazeta Mercantil, dos portais iG e UOL. Apresentou programas na REDEVIDA de Televisão e foi comentarista da Rede Mais/Record Minas. De Brasília, assina a Coluna Esplanada em jornais de capitais e é colunista do portal da Isto É.

Derrotas de Lula no mundo

Presidentes Lula e Maduro durante encontro da Unasul em Brasília 29/05/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidentes Lula e Maduro durante encontro da Unasul em Brasília Foto: Reuters

Comemorado por chefes de Estado nos Governos anteriores como um bom presidente na América do Sul – com cacife para falar de igual para igual com colegas em fóruns internacionais – o presidente Lula da Silva perdeu o brilho no 3º mandato, e o Itamaraty tenta apagar incêndios. Não bastasse a fala infeliz de comparar o contra-ataque israelense contra o Hamas ao holocausto (balançou negócios bilaterais), Lula tem sido um livro de problemas verbais quando discursa, voluntariamente ou por força do cargo em casos os quais o Brasil tem que se posicionar. Além da posição dúbia sobre a eleição suspeita na Venezuela, no qual primeiramente saiu em defesa de Maduro, agora é a Comissão Europeia quem decidiu dificultar as coisas, por não ver com bons olhos a dubiedade do Governo brasileiro em diversos assuntos. A UE jogou balde de água fria nas pretensões de Lula concluir negociação para o tratado de livre comércio com Mercosul. Lula queria anunciar o acordo no G20 de novembro. Vem mais chumbo aí.

Posições e discursos dúbios fazem Lula da Silva perder o brilho: ele não é mais o presidente admirado pelos colegas nos fóruns internacionais

Paraíba ferve com caneta de Vital

A política na Paraíba está pegando fogo nestas eleições. Os clãs Morais, Motta (do potencial candidato a presidente da Câmara), Ribeiro, Lucena e Roberto estão alvoroçados e buscando espaços para a eleição de 2026. Tudo isso por uma mexida do quadro em Brasília: o ex-senador e ministro do TCU Vital do Rêgo, de família tradicional do Estado, assume a presidência do órgão administrativo que fiscaliza verbas federais e julga as contas de gestores públicos municipais. Com a caneta quase na mão, Vital já leva um beija-mão invejável de alcaides, tanto no reduto, quanto em Brasília. E já está de olho nas gestões locais.

Não teve outro jeito

Derrotas de Lula no mundo

Deputado Hugo Motta, líder do Republicanos na Câmara dos Deputados

Nada acontece no Congresso sem passar pelo Centrão – partidos de centro e direita que fazem do presidente refém para a governabilidade. Foi o grupo quem avalizou Hugo Motta (Rep-PB) como o candidato de consenso do Palácio e de Arthur Lira. Lula da Silva terá de engolir nomes apadrinhados por opositores como Lira e o ex-deputado Eduardo Cunha.

Desafio da acolhida após o refúgio

FUGA DA FOME Calcula-se que cerca de 300 venezuelanos entrem diariamente em Roraima. Na capital, Boa Vista, há superlotação nos serviços de atendimento

Venezuelanos chegam a Boa Vista, capital de Roraima

O Governo do Brasil concedeu mais de 100 mil refúgios a estrangeiros nos últimos cinco anos, a maioria para venezuelanos, como mencionado anteriormente pela Coluna. Mas o apoio a essa população ainda caminha a passos lentos. Segundo relatório da Agência da ONU para Refugiados, a instituição atendeu a 9.746 refugiados de janeiro a junho deste ano, com ações “de Meios de Vida e inclusão econômica, além de certificação/formação profissional, acesso a cursos de português e oportunidades de emprego formal”. Porém os números ainda são pequenos comparados ao montante de refugiados que o País recebe anualmente.

Blumenau: PT quer água na cerveja

Décio Lima, presidente do Sebrae

Décio Lima, presidente do Sebrae (Erivelton Viana/Sebrae)

O Sebrae realizará com a Apex-Brasil o Seminário de Cultura Exportadora na próxima segunda-feira (16) em Blumenau (SC). Curiosos descobriram que a deputada federal Ana Paula Lima (PT-SC), esposa de Décio Lima, presidente do Sebrae, disputa a eleição para a prefeitura. De acordo com as pesquisas mais recentes, a petista perde para o candidato do PL bolsonarista, Egídio Ferrari. Essas pesquisas revelam, ainda, que a gestão de Lula é reprovada por 73,7% dos entrevistados. Décio Lima foi prefeito de Blumenau entre 1997 e 2000. Pelo visto, a farra na cidade não se resume à Oktoberfest.

Oposição vai atrás de quem sabia

A oposição não considera encerrado o caso vergonhoso que apeou Silvio Almeida do ministério. Deputados querem cavar mais fundo para achar os nomes do Palácio que sabiam das denúncias informais no Governo, conforme apurado pela imprensa, e nada fizeram. Isso é leniência e prevaricação.

O quarto Poder

Quatro famílias mandam muito hoje na política nacional: os clãs Bolsonaro (um ex-presidente cabo eleitoral, um deputado, um senador e um vereador); os Vital do Rêgo (um senador e o futuro presidente do TCU); os Calheiros (um ministro, um senador e um governador apadrinhado); e os Barbalho (um senador, um ministro e um governador).

Se Motta não vingar

A despeito da entrada de Hugo Motta (Rep-PB) na disputa para a presidência da Câmara, Antônio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA), rifado por Arthur Lira, não pararam agendas. Ambos garantem que serão candidatos. Filiado a um partido grande da base governista, Brito tem mais chance de ser o plano B do Palácio.

NOS BASTIDORES

Cortinado do Alvorada

Dona Janja da Silva, a primeira-dama, mandou trocar todas as cortinas e carpetes do Palácio da Alvorada, a seu gosto. Não quer nada que lembre a inquilina antecessora.

Governo & braço forte

O Ministério da Integração Nacional venceu a queda de braço com o Exército e puxou a para a pasta a tutela do decano e bilionário programa Calha Norte. A dúvida agora é se a caserna vai colaborar.

Vamos falar de Maduro

O chanceler do Panamá, Javier Vásquez, visitou Brasília para tratar de Nicolás Maduro. Conversou com o colega Mauro Vieira. O presidente do país caribenho, José Mulino, pretende realizar uma Cúpula sobre a Venezuela, mas o Brasil resiste.

Sem propulsão…

O protocolo Brasil-China para o Desenvolvimento do satélite CBERS-6 passou na Câmara. Prevê radar para monitorar a região amazônica. Mas os dois países não têm verba extra de US$ 51 milhões para ele.