Derrite pede mudança na legislação e dá recado para criminosos: ‘Vamos caçar vocês’

Derrite
Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira, 19, para falar sobre a prisão dos dois suspeitos de matarem o ciclista Vitor Medrado nas proximidades do Parque do Povo, zona oeste da capital paulista, no dia 13 de fevereiro. Ele ainda pediu mudanças na legislação, e enviou um recado aos criminosos: “Vamos caçar vocês”.

“[…] Eu falo o tempo todo sobre isso: a reincidência criminal, e a necessidade da atualização da legislação. Um exemplo típico é esse caso, tanto o Jeferson de Souza Jesus (apontado como o piloto da moto) e Erick Benedito Veríssimo (suspeito de efetuar o disparo contra o ciclista) são criminosos que já foram presos pela polícia”, disse o secretário.

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Por meio de uma publicação nas redes sociais, o secretário confirmou na quarta-feira, 19, sobre a prisão dos dois suspeitos. O ciclista foi morto assassinado sem oferecer reação ao ser abordado pelos criminoso. Ainda de acordo com Derrite, o rapaz que estaria pilotando a moto, conhecido como “Gordo da Paraisópolis”, tem passagens por tráfico e receptação.

Durante a entrevista coletiva, Derrite também comentou sobre a prisão de Suedna Barbosa Carneiro, de 41 anos, conhecida como “Mainha do Crime”, detida no dia 18 de fevereiro por ser apontada como uma espécie de financiadora de crimes de roubo.

“[…] A criminosa já foi presa três vezes pela polícia. Pela condenação a 10 anos de prisão em 2022 por receptação, organização criminosa e porte ilegal de arma, era para a sociedade estar tranquila até 2032, mas, infelizmente, a fragilidade da legislação — que muitos políticos no Brasil defendem — [possibilita] que depois de dois anos ela estivesse na rua liderando uma quadrilha e fomentando uma série de crimes que aconteceram no estado de São Paulo”, afirmou.

Após a prisão de Suedna, houve a apreensão de materiais que auxiliaram os investigadores a chegarem até os dois suspeitos do crime. “No sábado, 8, o Erick foi preso em flagrante, o mesmo criminoso que tirou a vida de Vitor Medrado […]. Com ele, uma arma de fogo foi apreendida, a mesma, que segundo Jeferson, teria sido usado no assassinato do ciclista”, explicou.

“O suspeito preso hoje (Jeferson) confessou que a arma apreendida no sábado foi a mesma usada por eles no dia do latrocínio (roubo seguido de morte). Então, agora, o próximo passo da polícia é realizar perícia nessa arma de fogo, para confrontar com os fragmentos do projétil apreendidos no dia do latrocínio”, completou.

Derrite ainda elogiou o trabalho dos investigadores para elucidar o caso, mas ressaltou que não pretende se eximir da responsabilidade ou fugir dos problemas, “pelo contrário, vamos encará-los de frente, como temos feito desde o início da gestão. Agora, enquanto essa legislação fraca continuar estimulando a impunidade quem sabia perdendo, e muito, é a população. Acho que esse caso é emblemático porque reforça a necessidade de levarmos até o Congresso Nacional essa medida urgente. Para mim, o Congresso tinha que parar e só votar coisas sobre a segurança pública, enquanto não mudarmos a legislação a acabarmos com a vergonha que é a progressão de regime no Brasil”.

“Enquanto a legislação não tiver uma proporcionalidade adequada para criminosos que cometem crimes graves e reincidentes, infelizmente o trabalho da polícia vai ser esse”, finalizou.