Dermatilomania: como ‘cutucar’ acne pode ser um distúrbio

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É provável que, em algum momento de sua vida, você já tenha tido acne. E é ainda mais provável que já tenha a “cutucado”. De acordo com uma pesquisa conduzida pela marca de skincare Face Reality, 95% das pessoas o fazem — e isso pode representar um distúrbio chamado dermatilomania.

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Com informações da “POPSUGAR”, entenda por que mexer em suas espinhas pode ser ainda mais prejudicial do que você imagina.

O que é dermatilomania?

Trata-se de uma condição do grupo do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). “Dermatilomania é um distúrbio de escoriação no qual os pacientes têm um desejo consciente, repetitivo e incontrolável de cutucar, coçar ou esfregar lesões de acne”, explica o Colégio Osteopático de Dermatologia Americano. 

A psicóloga Jenny Yip destaca, ainda, que a dermatilomania ocorre com a necessidade de se ter uma “pele perfeita”. O problema é que, quanto mais se mexe, mais marcas se criam, causando um ciclo interminável. 

É importante notar, entretanto, que nem todas as pessoas que cutucam acne sofrem de dermatilomania. Apesar de pouco recomendado por dermatologistas, estourar espinhas eventualmente é normal.

Como saber se tenho dermatilomania?

Para obter um diagnóstico confiável, é imprescindível consultar-se com um especialista da saúde mental e/ou um dermatologista

De acordo com o portal, além da acne, pelos encravados, casquinhas e quaisquer marcas que possam parecer “imperfeições” também são gatilhos para a condição. “O desejo de deixar algo perfeito cria muita ansiedade e desconforto. Assim, essa vontade resultante leva você a cutucar sua pele. No entanto, sua pele fica ainda mais imperfeita, o que desencadeia ainda mais desconforto e torna-se um ciclo vicioso”, pondera Jenny.

Cutucar a pele também pode levar a uma série de complicações cutâneas, como feridas abertas, casquinhas e cicatrizes permanentes.

Tratamentos para dermatilomania

O tratamento da dermatilomania envolve, essencialmente, profissionais da saúde mental e da dermatologia. 

“O tratamento requer uma combinação de terapia de prevenção de exposição e resposta (EPR) e treinamento de reversão de hábitos (TRH)”, relata Jenny. “O EPR envolveria expô-la à sua própria pele imperfeita, como ela é. Trata-se de entender que toda a nossa pele é imperfeita — ninguém tem a pele perfeita. Também é construir tolerância à sua própria pele e aceitar as falhas da sua pele, como elas são”, detalha.

O TRH, por outro lado, ensina você a ter uma nova resposta à dermatilomania. Jenny exemplifica que, ao invés de cutucar a pele, você pode usar um fidget toy (brinquedos estimulantes, como pop it). “Parte do TRH é ensiná-la a identificar onde, quando e como você escolhe, para aumentar sua atenção nas situações”, finaliza a especialista.