PEQUIM, 11 NOV (ANSA) – Todos os representantes pró-democracia do Conselho Legislativo de Hong Kong anunciaram nesta quarta-feira (11) que renunciarão a seus assentos devido à expulsão de quatro deputados pela China.
Segundo Wu Chi-wai, presidente do bloco pró-democracia, a decisão de Pequim representa o “completo abandono” da Constituição do território semiautônomo.
“A partir de hoje, Hong Kong não pode mais dizer ao mundo que existe ‘um país, dois sistemas'”, declarou, em referência ao sistema vigente na cidade após sua devolução pelo Reino Unido à China, em 1997.
Os quatro deputados expulsos pelo comitê permanente do Congresso Nacional do Povo são Dennis Kwok, Alvin Yeung, Kwok Ka-ki e Kenneth Leung.
Segundo Pequim, “aqueles que promovem ou apoiam a independência de Hong Kong e se negam a admitir o exercício da soberania da China sobre o território são considerados em inconformidade com o requisito de jurar fidelidade à região administrativa especial”.
Os quatro deputados foram proibidos de concorrer nas eleições de setembro, que foram adiadas para o ano que vem devido à pandemia de coronavírus, mas permaneciam no cargo até a decisão desta quarta-feira.
Ex-colônia britânica, Hong Kong foi devolvida à China em 1997, com a promessa de Pequim manter o sistema de “um país, dois sistemas” e uma relativa autonomia na cidade.
A oposição, no entanto, diz que esse status foi sepultado com a aprovação de uma controversa lei que permitiu a abertura de agências chinesas de segurança nacional em Hong Kong e estabeleceu penas até de prisão perpétua para os crimes de separatismo, subversão e “colusão com forças estrangeiras”.
(ANSA).