O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Helder Salomão (PT-ES), não se emenda. Agora, faz galhofa. Ele acaba de apresentar um requerimento para que os integrantes da comissão visitem o ex-presidente Lula na cadeia da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, para checarem as condições do “cárcere” em que vive, considerando-o como “preso político”. Duas asneiras inomináveis. Primeiro, Lula não está em nenhum cárcere, mas numa sala com todos o privilégios inimagináveis a qualquer outro dos 720 mil presidiários brasileiros. A sua “cela” tem 15 metros quadrados e um banheiro privado, o que, na prática, é uma boa suite. Antes de Lula, a sala ficava disponível como dormitório para delegados da PF quando iam a Curitiba participar de operações especiais e era preferível que ficassem hospedados na superintendência e não num hotel qualquer. A sala não tem chave na porta e Lula pode receber visitar quando bem entender. Pode receber frutas e chocolates de parentes e recebe quatro boas refeições diárias (café da manhã, almoço às 11h, café da tarde e jantar às 18h). A comida é a mesma que os policiais federais recebem em quentinhas. Sempre tem arroz, feijão, carne, salada e até sobremesa. Às vezes macarrão no lugar do arroz. Ótima comida. Além disso, a sala de Lula tem até esteira para ginástica, aparelho de TV e até frigobar, com água geladinha. Isso o PT chama de cárcere? Outra aberração que o PT comete é dizer que Lula é preso político. Ora, Lula foi condenado por um juiz de primeira instância, que teve a sentença referendada por três desembargadores de segunda instância e a pena foi confirmada pelo STJ, em terceira instância. Isso, sem considerar que o STF, a quarta instância, já negou habeas corpus a ele por inúmeras oportunidades. Portanto, a comissão de direitos humanos da Câmara deveria deixar de perder tempo indo a Curitiba e aproveitando as passagens para visitar a Penitenciária de Araucária, também em Curitiba, que vive superlotada e abrigando presos em condições desumanas.


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