Os deputados franceses começaram a debater nesta segunda-feira (01) um polêmico novo projeto de lei que visa combater o islamismo radical, que o ministro do Interior descreveu como uma “doença” que corrói a unidade do país.

“Nosso país está cansado de separatismo, especialmente do islamismo, que está prejudicando nossa unidade nacional”, disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin, no início dos debates que devem durar duas semanas.

“É preciso saber como chamar a doença, é preciso encontrar o remédio”, acrescentou.

Este projeto, composto por 70 artigos, é apresentado como um dos últimos grandes projetos de lei do quinquênio do presidente Emmanuel Macron (2017-2022) e busca responder à preocupação dos franceses diante do crescimento da ameaça jihadista.

Prevê um conjunto de medidas abrangendo uma vasta gama de temas como a neutralidade do serviço público, o combate às mensagens de ódio online, a transparência no financiamento de diferentes cultos e o combate à certidão de virgindade, poligamia ou casamentos forçados.

O texto retoma as linhas gerais de um discurso proferido em 2 de outubro por Macron, no qual apresentou sua estratégia de combate ao islamismo radical.

Embora já estivesse em preparação antes do assassinato de Samuel Paty em outubro, a execução desse professor do ensino médio por mostrar a seus alunos caricaturas do profeta Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão deu mais urgência.

Porém, de acordo com a oposição de esquerda, o texto estigmatiza os muçulmanos e, segundo a oposição de direita, não aborda todos os aspectos, como a questão da migração ou a radicalização nas prisões.