O Congresso dos Deputados da Espanha infligiu, nesta terça-feira (22), uma importante derrota ao governo do socialista Pedro Sánchez, ao rejeitar um pacote de medidas para evitar um novo grande apagão, como o que deixou sem luz a península ibérica em 28 de abril.
O projeto de lei apresentado pelo governo para dar “robustez” ao sistema de energia elétrica recebeu 183 votos contra e 165 a favor, sendo assim rejeitado.
Posicionaram-se contra o texto não apenas a direita e a extrema direita, mas também partidos que geralmente votam a favor das propostas do Executivo, como a esquerda radical do Podemos e o partido independentista catalão de Carles Puigdemont.
De Montevidéu, onde está em visita oficial, Sánchez adiantou que voltará a apresentar o pacote no Congresso para tentar que seja aprovado.
“Já adianto que será aprovado”, garantiu o dirigente socialista, que criticou o Partido Popular (PP, direita) por querer aplicar “uma punição parlamentar” ao governo em vez de se abster na votação, o que permitiria que a proposta recebesse luz verde.
“Não apoiamos a política energética deste governo, […] que não é mais do que uma tentativa de ocultar seus erros e lavar suas culpas” em relação ao apagão de abril, afirmou o deputado do PP Guillermo Mariscal durante o debate.
O projeto de lei buscava melhorar a supervisão do sistema e amortecer as oscilações elétricas na rede. Entre as medidas estavam flexibilizar os prazos para a instalação de novos projetos eólicos e solares, e incentivos para desenvolver o armazenamento nessas plantas de produção de energia renovável.
Essas medidas confirmam o apoio do governo de esquerda espanhol ao setor de energias renováveis, que foi criticado por seu suposto papel no apagão de 28 de abril, uma responsabilidade que acabou sendo descartada pelas diferentes investigações.
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