Os deputados federais Marcelo Freixo (RJ), Danilo Cabral (PE) e Milton Coelho (PE), do PSB, entraram com representação na comissão de ética do partido pedindo a expulsão do vereador de São Paulo (SP) Camilo Cristófaro. Na terça-feira (3), o parlamentar foi flagrado falando uma expressão racista durante a CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

“Olha só, lavando a calçada isso é coisa de preto”, disse Cristófaro com o microfone da sessão aberto.

A comissão de ética do PDB deve abrir um processo para investigar o caso e definir qual será a punição aplicada, se houver. Na representação, os três deputados defendem a expulsão. “Cumpre reforçar que além de criminosa, tal conduta [de Cristófaro] afronta o programa do PSB, bem como o Estatuto e o Código de Ética do partido. Trata-se de comportamento incompatível com o decoro e a ética partidária exigida como conduta para qualquer militante, e, sobretudo, àqueles que ocupam funções públicas representando a legenda”, argumentam.

Relembre o caso

Durante a sessão, Cristófaro foi ouvido afirmando que “não lavar a calçada… é coisa de preto, né?”. No momento, o vereador aguardava participação por videoconferência na CPI. Horas depois, apresentou duas versões para se defender.

Para os demais vereadores, o político do PSB declarou via WhatsApp que se referia a “carros pretos” e suas respectivas pinturas.

“São 11h20 da manhã e estou fazendo uma gravação aqui. Estou dizendo exatamente que esses carros pretos dão trabalho. Que os carros pretos são f… Estou dizendo aqui que carro preto não é fácil para cuidar da pintura. Então, se a vereadora Luana [Alves, do Psol] olhou pro outro lado, 70% das pessoas que me acompanham, vereadora, são negros. Então, a senhora não vêm com conversa. Olha só, estão lavando aqui, oh. Estou dizendo que carro preto dá trabalho, que carro preto dá mais trabalho para polir”, afirmou.

Logo depois, durante a tarde, ao participar de uma reunião com outros parlamentares, Cristófaro deu uma segunda versão do caso e disse que conversa com Anderson Chuchu, um colega negro de longa data e que, segundo ele, possui intimidade.

“Eu ia gravar um programa, que não foi gravado, lá no meu galpão de carros. Eu estava com o Chuchu, que é o chefe de gabinete da Sub do Ipiranga, e é negro. Inclusive, no domingo nós fizemos uma limpeza e quando eu cheguei eu falei: ‘isso aí é coisa de preto, né?’. Falei pro Chuchu, como irmão, porque ele é meu irmão”, disse.

O parlamentar, porém, pediu desculpas aos colegas da Caâmara pelo que disse se tratar de uma brincadeira. Mesmo com as justificativas, o caso repecutiu entre os demais vereadores, que vão iniciar uma investigação contra Cristófaro na Corregedoria.