A Câmara dos Deputados do Paraguai começou nesta quarta-feira (17) a discutir um pedido de impeachment do presidente, Mario Abdo Benítez, e do vice-presidente, Hugo Velázquez, por suposta corrupção e “mau desempenho” diante da pandemia de covid-19.

O julgamento, que pode lhes custar os cargos, foi solicitado pela minoria da oposição e o partido no poder, Colorado, imediatamente convocou uma sessão extraordinária para debater as acusações com a intenção de arquivá-las, segundo analistas.

O agravamento da pandemia de covid-19, que na última quinzena lotou hospitais no Paraguai, protegeu o governo contra protestos por falta de remédios e denúncias de corrupção.

A oposição repercutiu a indignação popular, agravada pela falta de vacinas.

Apenas 4.000 doses da Sputnik V, compradas da Rússia, chegaram ao Paraguai e 20.000 vacinas da chinesa Sinovac foram doadas pelo Chile para profissionais de saúde.

Os opositores, liderados por Efrain Alegre, líder do partido Liberal e adversário de Abdo nas eleições presidenciais de 2018, anunciaram que vão buscar a saída do governante por meio de pressão popular.

Centenas de pessoas participaram na semana passada de protestos contra o governo paraguaio.

No entanto, os altos níveis de contágio os esvaziaram ao mínimo.

O total de óbitos aumentou para 3.554 e o de casos confirmados para 183.348, desde que o primeiro caso foi notificado há um ano em um país de 7 milhões de habitantes.

O papa Francisco recomendou “construir juntos a tão esperada paz” em uma mensagem enviada aos paraguaios do Vaticano.

“Lembremo-nos que a violência é sempre autodestrutiva. Nada se ganha. Muito se perde e às vezes tudo”, advertiu o pontífice no final da sua tradicional audiência geral.