A votação do PL (Projeto de Lei) 1503/2023, que trata sobre a desestatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) foi marcada pelo confronto entre a Polícia Militar e os manifestantes presentes no local, na noite de quarta-feira, 6.

Entenda o caso:

  • Com 62 votos favoráveis, o projeto sobre a desestatização da Sabesp foi aprovado;
  • Mas antes, a sessão foi marcada pelo confronto entre a Polícia Militar e manifestantes;
  • A oposição solicitou o adiamento da deliberação, mas o pedido não foi atendido.

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Após a confusão, o texto foi aprovado por 62 votos, era necessário apenas maioria simples (48 deputados estaduais a favor).

A sessão que tratava do projeto ocorreu sob muito protesto de sindicatos e movimento estudantil. Os manifestantes pediam para que fosse realizado um plebiscito sobre o tema. Então houve uma solicitação para que a Polícia Militar esvaziasse o local.

A votação chegou a ser paralisada até que a ordem fosse restabelecida na Alesp. Porém houve um momento de tensão e a polícia jogou bombas de gás de pimenta e agrediu os manifestantes com cassetete.

Rapidamente, imagens sobre o ocorrido passaram a ser divulgadas nas redes sociais. “Cenas de barbárie. Tarcísio sabe muito bem que está cometendo uma atrocidade – e por isso tem de apelar para a violência. A maioria da população de SP é contra a privatização da Sabesp. Será que o governador vai mandar a PM para cima de milhões de paulistas?”, questionou o deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de SP Guilherme Boulos.

“Tarcísio de Freitas conseguiu aprovar a privatização da Sabesp. Isso se dá após ele colocar a polícia para espancar quem se opunha ao projeto. Após o prefeito Ricardo Nunes ceder os próprios direitos da cidade para o governo fazer o que quiser com a Sabesp (…)”, escreveu a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) no X (antigo Twitter).

À ISTOÉ, a deputada estadual Ediane Maria (PSOL) afirmou que a oposição lutará até o fim para anular o resultado da votação. “Colegas nossos, como a deputada Paula Nunes, que está grávida, passaram mal com o gás de pimenta. Nos corredores, os trabalhadores da Alesp também foram afetados por essa atitude desmedida. A sessão deveria ter sido cancelada”, acrescentou.

Já a bancada de oposição, formada pelo PT, PSOL, Rede, PSB, PCdoB e PDT, repudiou a ação da Polícia Militar e ressaltou que os agentes impediram a população de exercer o seu direito. “Apesar dos apelos das bancadas de oposição pelo adiamento da sessão, em razão da insalubridade para continuidade dos trabalhos e da falta de garantia para a participação democrática de parlamentares eleitos, a base do governo Tarcísio de Freitas retomou a sessão, de forma antidemocrática e intransigente, reiterando o seu descaso com o Estado de São Paulo e entregando a Sabesp para os empresários, mesmo com parlamentares impedidos de exercer sua atividade legislativa, por não poderem permanecer no Palácio 9 de Julho”, finalizou.

O que diz a base do governo?

Por outro lado, parlamentares favoráveis ao projeto de desestatização da Sabesp condenaram a ação dos manifestantes. “A tática de não saber perder e a democracia da extrema esquerda: sindicalistas tentaram invadir o plenário durante a votação da privatização da Sabesp, na tentativa de impedir a votação. A polícia precisou agir”, afirmou o deputado estadual Major Mecca (PL) por meio do Instagram.

“Essa é a hipocrisia da esquerda do amor. Destruíram a Alesp e queriam invadir o plenário”, comentou o deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo) no X.