Deputados da base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) articulam manter o deputado André do Prado (PL) na presidência da Casa por mais dois anos. Para isso, porém, os parlamentares tentam angariar apoio para alterar o regimento interno do Legislativo. 

A informação foi publicada inicialmente pelo jornal “Folha de S.Paulo”, mas foi confirmada pela IstoÉ. A tendência é que as mudanças no regimento aconteçam apenas em novembro, após as eleições municipais.

Nos bastidores, André do Prado gostou da ideia, mas se blindou sobre o assunto. Ele pediu para que a proposta não partisse dele, mas que outros deputados fizessem as interlocuções sobre o tema. 

A IstoÉ apurou que a ideia tem apoio maciço da bancada aliada de Tarcísio. Deputados ouvidos pela reportagem apontam que a manutenção da presidência tem precedente jurídico e pode dar mais “fortaleza” para as ações do Legislativo. 

Outro que brilhou os olhos com a proposta foi o governador Tarcísio de Freitas. O chefe do Palácio dos Bandeirantes vê André como um aliado de primeira ordem e que colabora nas negociações para avançar com as pautas polêmicas do governo estadual, como a privatização da Sabesp, bancada pelo presidente da Alesp. 

Assim como André do Prado, Tarcísio também pediu blindagem sobre o tema e afirmou para deputados aliados que não irá se meter nas decisões da Assembleia. 

Bolsonaristas com ‘pé atrás’

A cúpula bolsonarista na Alesp não recebeu a notícia com bons olhos. Fontes afirmaram à IstoÉ que o grupo almejava o cargo. 

Há alguns anos, os deputados têm um acordo de coleguismo em que o partido com maior representação na Casa assume a presidência, enquanto o segundo ganha a cadeira de 1º secretário, um dos cargos mais desejados da Mesa Diretora. Para essa legislatura, PL e PT são os partidos com maior número de deputados. 

Nos corredores, parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmaram que o rodízio se fazia necessário e que eles poderiam pleitear o cargo, podendo rachar com a ala mais moderada do partido. 

Entretanto, o fiel da balança é Bolsonaro, que pode entrar no acordo com o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e intervir na votação em prol de André do Prado. 

Caso se confirme a reeleição, o apadrinhado de Costa Neto ficará no comando da Alesp por mais dois anos.