Os deputados governistas aprovaram nesta quarta-feira (7) uma reforma que reduz o orçamento da comissão eleitoral, que o presidente Andrés Manuel López Obrador acusa de ter tolerado fraudes.
Após um debate que durou até a madrugada, a iniciativa foi aprovada por 261 votos a favor e 216 contra. Agora segue para o Senado, onde o Morena, partido do presidente de esquerda, e seus aliados também têm maioria.
Na terça-feira à tarde, foi rejeitada uma primeira proposta do presidente que modificava a Constituição para conduzir mudanças profundas no Instituto Nacional Eleitoral (INE) e reduzir as cadeiras no Congresso bicameral.
A reforma aprovada hoje reduz o orçamento do INE em cerca de 175 milhões de dólares, compacta a estrutura do organismo, impede a utilização de mecanismos financeiros para a eventual compra de votos e permite que os mexicanos no exterior votem online.
A proposta original modificava profundamente o INE e previa que os conselheiros e ministros eleitorais fossem eleitos pelo voto direto e não pelo Legislativo. Também reduzia os deputados de 500 para 300 e os senadores de 128 para 96.
“São margens muito estreitas. Porém, com essas margens, sem violar a Constituição, conseguiu-se a aprovação da lei eleitoral”, comentou López Obrador, que acusou várias vezes o INE de tolerar fraudes eleitorais.
Obrador perdeu a eleição presidencial de 2006 por 0,58% dos votos e seus recursos para contestar os resultados foram rejeitados pelo INE e pelo Tribunal Eleitoral.
No âmbito do debate da reforma eleitoral, realizou-se no dia 13 de novembro uma grande marcha contra a proposta do presidente, que duas semanas depois liderou outra manifestação com as ruas repletas de partidários.