Deputados franceses da esquerda e da extrema direita derrubaram, nesta quarta-feira (4), o governo do primeiro-ministro conservador, Michel Barnier, após aprovarem uma moção de censura, anunciou a presidente da Assembleia Nacional (Câmara baixa), Yaël Braun-Pivet.

Por 331 votos a favor, acima da maioria absoluta de 288, a Câmara pôs fim aos menos de cem dias de governo de Barnier, rejeitando, ainda, seu orçamento para 2025.

Trata-se de uma aliança inédita entre a ala de esquerda e a extrema-direita da França. A monção de censura é um dispositivo parlamentar capaz de retirar o cargo de líderes do governo cuja gestão não agrada os legisladores.

Michel Barnier foi nomeado como primeiro-ministro pelo presidente Emmanuel Macron há três meses. No governo francês, o premiê trabalha ao lado do chefe executivo e pode ser escolhido por eleições ou por indicações fora do pleito.

Barnier é identificado como um político veterano, pragmático e de centro-direita. A nomeação ocorreu após as eleições parlamentares da França – que determinou a vitória da esquerda, mas sem configurar maioria para formar o corpo governamental.

A decisão de Macron gerou diversos protestos e iniciou uma articulação rara entre alas ideológicas distintas. Com a deposição do cargo, o governo de Michel Barnier torna-se o mais curto da história recente da França.