[posts-relacionados]O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) ingressou nesta sexta-feira (12) com pedido de investigação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que sejam analisadas irregularidades nos gastos do PT na campanha Lula Livre, ocorridas com dinheiro do fundo partidário.

O caso foi revelado por ISTOÉ na edição desta sexta-feira. Com base em notas fiscais apresentadas pelo PT junto à Justiça Eleitoral, a reportagem de ISTOÉ detectou que pelo menos R$ 1 milhão foi gasto em atos públicos ou ações que tiveram como objetivo pedir a liberdade do ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril do ano passado.
As planilhas às quais ISTOÉ teve acesso somam aproximadamente 10 mil páginas. Elas revelam que a legenda bancou com a verba pública despesas de boa parte de seus dirigentes para que eles estivessem presentes em São Bernardo do Campo durante o ato de resistência à prisão de Lula, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, entre os dias 6 e 7 de abril de 2018, ou nos dias seguintes em Curitiba, para onde o petista foi levado preso. Os gastos se estenderam a eventos que pediam a libertação do petista nos meses de maio e começo de junho.

Muitas das viagens de parlamentares do PT a Curitiba para visitar Lula na cadeia, como as dos senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, também foram custeadas pela União. Do mesmo modo que as despesas com deslocamentos de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, e da ex-presidente Dilma Rousseff, entraram na cota do dinheiro meu, seu e nosso. Um verdadeiro acinte, para dizer o mínimo.

Esse pedido de investigação foi encaminhado para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. No pedido de esclarecimentos, o deputado alerta que as atividades a serem financiadas pelo fundo partidário devem se ater a “atividades de organização meramente partidárias”. “Ao cumprimentá-la cordialmente, venho através deste, solicitar a Vossa Excelência uma investigação sobre o uso do fundo partidário para bancar a campanha ‘Lula livre’ pelo Partido dos Trabalhadores, conforme revelado em levantamento da revista IstoÉ, que relatou os gastos do PT com diárias, passagens e outras despesas ligadas a esta campanha, com recursos que devem ser utilizados apenas em atividades de organização meramente partidárias”, reforça o deputado no pedido de investigação.
As contas do partido estão sob análise do ministro Edson Fachin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).