MANILA, 16 MAR (ANSA) – Um deputado filipino de oposição, Gary Alejano, apresentou nesta quinta-feira, dia 16, ao Congresso do país um pedido de impeachment ao polêmico presidente Rodrigo Duterte acusando-o de abuso de poder, corrupção, traição e crimes graves relacionados às milhares de mortes resultantes da sua campanha contras as drogas. Segundo o deputado, o mandatário da nação asiática é acusado desde de ocultar ativos e bens, até apoiar o assassinato de milhares de cidadãos e estrangeiros na sua guerra contra o tráfico e liderar um “esquadrão da morte” no país enquanto ainda era prefeito de Davao. “Nosso objetivo com essa reclamação é de ser um veículo para os filipinos para terem uma voz para se opor e lutarem contra os abusos e crimes do presidente Duterte”, disse Alejano durante uma coletiva de imprensa que foi televisionada. De acordo com o filipino, o líder do país é “culpado de violar a Constituição, de participar de suborno, de trair a confiança popular, [de cometer] enganações, corrupção e outros crimes”. Alejano afirmou que sabe que será difícil conseguir que o seu pedido de impeachment avance na Câmara e no Senado já que Duterte tem grande apoio dos políticos das Casas. “Nós sabemos que os números estão contra nós e que estamos enfrentando um grande desafio. Mas nós ainda acreditamos que o impeachment deveria ser uma luta não só no interior do Congresso, mas também fora. Há a Igreja, escolas, sociedade civil e muitos filipinos que não votaram e não apoiam as políticas do presidente Duterte”, concluiu o deputado. Representantes do governo, como o porta-voz do mandatário, Ernesto Abella, já comentaram sobre o pedido para retirar o líder do poder afirmando que Alejano só quer criar caos, confusão e dúvidas na administração do presidente do país e que o impeachment é apenas um complô da oposição.   

Duterte tomou posse em junho do ano passado com a promessa de combater o narcotráfico nas Filipinas. Seu governo mantém uma linha de tolerância-zero contra crimes que envolvem drogas ilícitas e quer retomar a pena de morte, abolida em 2006 por pressão da Igreja Católica. Desde que a sua “força-tarefa” contra as drogas foi implementada no país, 8 mil pessoas foram mortas, cerca de 2,5 mil delas assassinadas durante operações.   

Além disso, no início de setembro do ano passado, Duterte causou polêmica por ter chamado o mandatário norte-americano da época, Barack Obama, de “filho da p…” quando questionado sobre execuções de traficantes. Pouco depois, ele também ofendeu a União Europeia e mandou a direção do bloco “se f…”. Por fim, se comparou ao líder nazista Adolf Hitler, relacionando sua política antidrogas com o extermínio de judeus. (ANSA)