O deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) sofreu mais duas condenações por conta do dossiê que expôs dados pessoais e fotografias de cerca de 1.000 pessoas que se declaram contrárias ao fascismo.

Douglas, um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo, terá de pagar R$ 25 mil de indenização para uma desempregada e mais R$ 20 mil para uma estudante de História. Com essas novas sentenças, já são seis as decisões contrárias ao parlamentar na Justiça Paulista, que chamou as pessoas listadas no dossiê de “terroristas”.

Segundo o UOL, as condenações contra Garcia já somam R$ 115 mil, porém, como são de primeira instância, ainda são passíveis de recurso.

Maria Fernanda Tamaoki, juíza da 1ª Vara de Presidente Epitácio, afirmou que Douglas, “arvorando-se como o defensor da ordem jurídica brasileira”, estimulou a “guerra” entre cidadãos e a “perseguição”, bem como acusou as pessoas listadas no documento de terroristas sem apresentar “nenhum elemento mínimo de verossimilhança sobre esta condição”.

Como “provas” de ligação com o terrorismo, o dossiê preparado pelo parlamentar cita uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 2018, livros e camisetas com a suástica nazista marcadas com um x vermelho demonstrando rejeição.

Douglas nega ter elaborado e distribuído o dossiê, embora tenha escrito, em suas redes sociais, que recebeu “pelo menos 1.000 perfis com dados e fotos dos criminosos (antifas)”. Ele deve recorrer das decisões.