Deputado defende que Derrite seja candidato em 2026: ‘Mais forte que filhos de Bolsonaro’

Guilherme Derrite
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite: 'Trabalho desastroso', para Mingardi | Câmara dos Deputados Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias

Com uma longa trajetória na Polícia Civil, o deputado estadual Delegado Olim (PP-SP) afirmou que há fundamentos eleitorais para que o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), seja pressionado pelos episódios recentes de violência policial registrados no estado.

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“O que está em jogo é Tarcísio [de Freitas, governador do estado, filiado ao Republicanos], e não Derrite. PT e PSOL usam esses casos para bater no governador, porque ele é o adversário que derrota o [presidente] Lula em 2026”, disse ao site IstoÉ.

Para o parlamentar, o capital político de seu colega de partido também o coloca na mira da oposição estadual. “O Derrite é um nome forte para o Senado, muito melhor do que os filhos do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, que nem são de São Paulo”, afirmou Olim. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já foi ventilado para uma das duas vagas paulistas no Senado que serão disputadas em 2026.

Pressão e sustentação

Derrite está pressionado por uma sequência de excessos policiais que teve, nesta semana, um PM arremessando um homem de uma ponte na zona sul da capital. Os 13 agentes envolvidos no episódio foram afastados de suas funções e o policial que jogou o rapaz foi preso.

As polícias do estado mataram 496 pessoas entre janeiro e setembro de 2024, maior número para o período desde 2020, quando houve 575 óbitos do tipo. Após os casos recentes, parlamentares de PT e PSOL na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) passaram a discutir o impeachment do chefe da SSP.

Tarcísio, por sua vez, garantiu que não demitirá o funcionário e elogiou os índices de segurança estaduais. Para Delegado Olim, a atuação de Derrite na pasta é “correta e rigorosa”.

“A PM paulista faz um ótimo trabalho e é, inclusive, menos letal do que as de outros estados. Essa reação [a punição aos abusos] precisa ser rápida como foi, não dá para esperar o tempo de um processo administrativo. Esses agentes precisam ser banidos da PM, porque são meia dúzia que sujam a imagem da instituição. Agora, se alguém morre em um hospital, você não demite o secretário da Saúde”, afirmou.