SÃO PAULO, 18 DEZ (ANSA) – A deputada estadual Isa Penna (PSOL/SP) foi assediada publicamente durante uma sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo pelo deputado Fernando Cury (Cidadania/SP) na noite desta quinta-feira (17).   

Além da denúncia da parlamentar, as imagens do sistema de câmeras da Casa flagraram o delito, que ocorreu enquanto Penna conversava com o presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB). Nas imagens, Cury se aproxima por trás da deputada e coloca suas mãos na altura dos seios de Penna, que rapidamente reage ao assédio e começa a discutir com o deputado do Cidadania – que tenta por a mão no ombro da política.   

“Sou conhecida por atuar em prol do combate à violência contra as mulheres e afirmo que a violência política de gênero que sofri publicamente na ALESP, infelizmente não é um caso excepcional”, escreveu em sua conta no Twitter.   

“Estou registrando formalmente a denúncia do ocorrido! E anuncio que procurarei obter o compromisso público do governador João Doria de que seu veto ao projeto de lei 113/2019 que fora aprovado pela casa, intitulado ‘Dossiê Mulher Paulista’, seja derrubado”, diz ainda deputada lembrando de um projeto apresentado por ela que cria estatísticas periódicas sobre as mulheres vítimas de violência atendidas pelo estado.   

Após a ação, Penna registrou boletim de ocorrência por assédio sexual e disse que vai apresentar uma representação contra Cury na Alesp.   

Com a repercussão e a denúncia da deputada, o político afirmou estar “triste e constrangido” pelo que fez e que “não houve, de forma alguma, da minha parte, a tentativa de assédio, importunação sexual ou qualquer outra coisa ou qualquer outro nome semelhante a esse”.   

Em nota conjunta assinada pelo presidente do Cidadania no Brasil e pelo líder estadual, Roberto Freire e Arnaldo Jardim, respectivamente, e publicada nas redes sociais o partido “exige as devidas explicações do parlamentar e encaminha o caso ao nosso Conselho de Ética, para que ouvido o representado, sejam tomadas providências cabíveis e efetivas”.   

“A legenda não tolera qualquer forma de assédio e atuará fortemente para que medidas definitivas sejam adotadas. Temos uma história de luta em defesa dos direitos da mulher que nenhuma pessoa pode macular”, finaliza o comunicado. (ANSA).