A deputada federal Talíria Petrone (PSOL) prestou depoimento na tarde desta terça-feira, 30, após ser ameaçada de morte por um homem via e-mail. No texto, o suspeito afirma que irá matar a parlamentar e assessores que estiverem com ela caso a candidatura à prefeitura de Niterói (RJ) não seja retirada.

O homem profere ofensas racistas, como “macaca” e “favelada”, além de citar os filhos da psolista. O suspeito ainda chama a milícia de “burra” por não matar a deputada.

“Talíria Petrone, sua aberração, macaca fedorenta, cabelo de ninho de passarinho, favelada! Eu juro que se você não renunciar a seu mandato de deputada e à sua candidatura a prefeita de Niterói, e abandonar a política, vou comprar uma pistola 9 mm no Morro do Engenho, aqui no Rio de Janeiro, e vou te matar”, afirma o suspeito.

De acordo com Talíria, o e-mail foi enviado no último dia 25 de julho para os endereços corporativo da Câmara dos Deputados e de sua agenda. Em outro trecho, o criminoso ainda ameaçou outros pré-candidatos à prefeitura de Niterói caso estejam com ela no primeiro debate televisivo.

“Se não der para te matar no seu gabinete, tenho um plano B, vou invadir o primeiro debate que você tiver com o Rodrigo Neves e o Carlos Jordy com minha 9 mm e vou matar vocês três com tiros na cara”, completa o homem.

Ao site IstoÉ, Talíria Petrone informou que manterá sua pré-candidatura e que vê a ação do suspeito como inadmissível. A Polícia Federal já abriu um inquérito para investigar o crime, que também deve ser apurado pela Polícia Civil.

“A gente precisa de paz na política, ela constitui a política e deve ser celebrada, mas esse tipo de violência é admissível em qualquer contra qualquer pessoa que deseja fazer política no nosso país”, disse a deputada.

A deputada afirmou não ser a primeira vez em que recebe ameaças de morte e que são recorrentes desde 2016. Talíria ainda avalia a necessidade de reforço na segurança pessoal, que já conta com carro blindado e seguranças.

“Acho um absurdo eu ter que estar nesse lugar. Constituí um mandato eleito com 400 mil votos, com muitos feitos e eu ser obrigada a estar nesse lugar de ameaçada, de vítima de uma tentativa de interdição do meu exercício político. É um horror”, concluiu.