A deputada federal Soraya Manato (PSL-ES) disse que teve acesso aos laudos médicos da menina, de 10 anos, que passou por procedimento cirúrgico para interromper gravidez causada por estupro pelo tio.

A parlamentar, que é ginecologista, disse em entrevista à Gazeta que recebeu os dados confidenciais. No entanto, ela ressaltou que não compartilhou as informações por questão ética. A médica disse ter recebido os laudos quando a menina estava internada em Vitória, no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Morais (Hucam), o qual se negou a interromper a gestação.

“Uma pessoa me enviou o laudo médico e nele dizia que o bebê tinha 23 semanas e mais de 500 gramas”, contou a deputada.

Quando a menina já estava em Recife, no Pernambuco, para realizar o procedimento cirúrgico. A parlamentar também chegou a receber as informações da gestação.

“Tive informações do Recife de que o bebê, após a interrupção, tinha 24 semanas e 640 gramas”, afirmou.

“Recebi dentro da minha casa, no meu celular, não tinha ligado para ninguém. Sou uma parlamentar, uma médica, tenho ética”, lembrou Manato.

“Tive acesso aos dados, mas não divulguei nada. Só falei do peso e da idade gestacional com o objetivo de mostrar que não se tratava de um aborto, mas sim de um parto prematuro”, ressaltou.

A deputada disse ainda que não enviou os dados para Sara Geromini, a qual é investigada por divulgar os dados da menina na internet e, com isso, infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“Esta Sara nunca foi de direita, é de esquerda infiltrada na direita para fazer esse tipo de coisa”, disse.

“O que ela fez foi um absurdo, divulgar dados de uma criança em um caso tão grave como esse”, critica.