Alvo de ameaças de morte desde 2016, a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) pediu para que as relatoras de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) cobrem explicações do governo brasileiro sobre seu caso.

“Como se as ameaças anteriores à minha vida não fossem suficientes, alguns dias após o nascimento de minha filha, recebi novas ameaças. Em junho de 2020, a linha telefônica ‘Disque Denúncia’ da Polícia do Rio de Janeiro noticiou à Câmara dos Deputados que havia mais de cinco gravações de pessoas falando sobre a minha morte”, afirmou Talíria à coluna de Jamil Chade, do Uol.

De acordo com a deputada, se as relatoras da ONU acatarem a denúncia, o caso irá se transformar em uma cobrança formal da ONU ao governo brasileiro. O gesto tem como objetivo forçar as autoridades a agir, ou ao menos criar um constrangimento internacional que conduza a uma maior proteção à parlamentar.

“Tenho recebido ameaças contra minha vida desde minha primeira eleição em 2016 para a Câmara Municipal de Niterói, no estado do Rio de Janeiro”, contou. “No início, não percebi como este tipo de intimidação poderia ser grave. Entretanto, após o assassinato de minha companheira e amiga Marielle Franco, eleita no mesmo ano, percebi o perigo real”, disse ao Uol. Até o momento, o governo não se pronunciou.

Em abril de 2019, a Polícia Federal obteve informações de conversas captadas na chamada “dark web”, segundo as quais um plano contra a vida da parlamentar estaria sendo elaborado desde 2018. Desde então, ela está sendo acompanhada por agentes da Polícia Legislativa em todos os lugares nos quais circula em Brasília. No entanto, a deputada alega que o governo federal e o governo do Rio de Janeiro negaram qualquer tipo de proteção.