A depressão tem prevalência em torno de 15,5% ao longo da vida no Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde. Considerada um transtorno mental grave, afeta também pessoas famosas. Nesta semana, por exemplo, Priscila Fantin revelou o diagnóstico de depressão crônica, que recebeu há 15 anos. Já a cantora e ex-BBB Linn da Quebrada foi internada em uma clínica de reabilitação para tratar o quadro.

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Anne Crunfli, psicóloga especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, explica que a depressão é uma psicopatologia associada ao transtorno do humor. “Há variações em sua categoria: leve, moderada e grave – classificado como transtorno depressivo maior. Há, ainda, a distimia, considerada uma depressão de longa duração com sintomas leves e constantes.”

A distimia, citada pela especialista, é a chamada depressão crônica, que afeta Priscila Fantin. Esse tipo pode surgir na ainda infância ou na adolescência, antes dos 21 anos. Segundo a Rede D’Or, pacientes com essa condição apresentam irritação contínua e personalidade difícil. Os sintomas são: irritação constante, pensamentos negativos sobre a vida, desânimo e tristeza, isolamento social, falta de energia para tarefas da rotina, sentimento constante de culpa, autocrítica e dificuldade de se concentrar.

Como toda psicopatologia, qualquer tipo de depressão é multifatorial. Ou seja, a causa pode estar associada a fatores genéticos, ambientais, psicológicos e biológicos.

Como identificar e tratar a depressão

Atentar-se aos sintomas é essencial. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG – Residência Terapêutica, esclarece que “não existe regra para o início e evolução dos sintomas”, que podem ser isolados ou em conjunto. Por isso, é importante saber reconhecer quaisquer sinais, que segundo o Ministério da Saúde são:

  • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
  • Desinteresse, falta de motivação e apatia;
  • Falta de vontade e indecisão;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
  • Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte. A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio;
  • Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e seu mundo;
  • Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
  • Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido;
  • Perda ou aumento do apetite e do peso;
  • Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo);
  • Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

Ao notar os sintomas, buscar ajuda de psicólogo e psiquiatra é essencial para a melhoria da doença. Quando não tratados, os sintomas podem agravar. 

O tratamento geralmente é conduzido por uma equipe multidisciplinar composta por um psicólogo, um psiquiatra e outros profissionais. O uso de medicamentos pode ser indicado, dependendo do grau da doença e da vontade do paciente”, informa a Rede D’Or.