07/11/2024 - 15:33
O candidato republicano Donald Trump foi reeleito presidente dos EUA após a realização das eleições americanas na terça-feira, 5. Entre as suas promessas de campanha, o político apontou que pretende realizar uma “deportação em massa” de imigrantes ilegais e acabar com a guerra na Ucrânia “em 24 horas”.
Ainda, as propostas de Trump para seu segundo mandato incluem a redução da alíquota de impostos contra empresas e promover um sistema educacional livre de ideologia de gênero. O republicano ainda afirmou que vetaria uma proibição federal do aborto nos EUA, deixando a decisão com os estados. As informações são da “Associated Press”.
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Deportação em massa
Ao longo da campanha, Trump prometeu por discursos e postagens em redes sociais que pretende criar “o maior programa de deportação em massa da história” por meio da Guarda Nacional e do aumento do poder das polícias no esforço de retirar imigrantes ilegais dos EUA.
Apesar das promessas, detalhes sobre o programa de deportação não foram ditos pelo presidente eleito. Ainda, o republicano apontou que pretende encerrar a cidadania por nascimento, o que exigiria uma mudança na constituição dos EUA, e reinstituir políticas migratórias que estabeleceu durante seu primeiro mandato.
Fim do conflito na Europa
Em maio de 2023, Trump declarou que conseguiria encerrar a guerra na Ucrânia “em 24 horas”. “Eles estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer”, declarou o republicano na ocasião.
Durante debate com Joe Biden, o presidente eleito alegou que se os EUA tivessem um chefe de estado respeitado por Vladimir Putin, o russo nunca teria invadido a Ucrânia.
A postura de Trump é considerada como a mais isolacionista diplomaticamente, não intervencionista e protecionista na economia já vista pelos EUA desde a Segunda Guerra Mundial.
Demitir o promotor especial Jack Smith
Atualmente, o promotor especial Jack Smith, nomeado pelo procurador-geral do governo dos EUA, o democrata Merrick Garland, investiga as supostas tentativas de Trump de anular o resultado das eleições de 2020 e sua retenção de documentos confidenciais após deixar a Presidência.
No final de outubro, Trump declarou que tiraria Smith do cargo de promotor encarregado dos dois casos. “Eu o demitirei em segundos”, pontuou o republicano em uma entrevista. A retirada do homem responsável pelas acusações pode deixar o presidente eleito com um horizonte judicial “livre”.
No primeiro caso, em D.C., a Suprema Corte dos EUA concedeu a Trump uma ampla presunção de imunidade criminal em 1º de julho, forçando Smith a apresentar uma acusação revisada no final do mês de agosto.
No documento, o promotor especial alegou que o republicano é processado em natureza privada e, portanto, não seria protegido pela imunidade criminal.
No outro caso, julgado na Flórida, a juíza Aileen Cannon anulou o processo em 15 de julho com embasamento no fato de que a nomeação de Smith para o caso e o financiamento de seu trabalho violam artigos da Constituição dos EUA sobre nomeações e despesas. A decisão da magistrada está em recurso.
Quando retornar à presidência, Trump poderá nomear outro procurador-geral que remova Smith do cargo ou ordenar que as acusações sejam retiradas pelo Departamento de Justiça, invocando a política do órgão de não processar um presidente em exercício.
Apesar disso, a política do Departamento de Justiça não deve se aplicar a processos criminais que estejam em andamento antes de Trump assumir o cargo.
Educação
Entre as propostas de Trump, está a ameaça de retirar o financiamento federal de escolas de ensino fundamental e médio para pressionar as instituições a adotarem o pagamento por mérito aos professores e eliminar programas de diversidade e ideologia de gênero em todos os níveis de ensino.
No ensino superior, o presidente eleito propõe que o governo federal tome conta de processos de acreditação, um movimento descrito por Trump como uma “arma secreta” contra “marxistas maníacos e lunáticos” que, segundo ele, controlam o ensino superior.
Ainda, o republicano espera arrecadar fundos por meio de impostos, multas e processos contra universidades “excessivamente grandes” que não cumprirem seus decretos, redirecionando os montantes retirados das instituições de ensino para um programa online chamado “Academia Americana”.
Segundo Trump, o programa ofereceria credenciais universitárias a todos os americanos sem mensalidades. “Será estritamente apolítico e não será permitido wokismo ou jihadismo”, declarou o político em novembro de 2023.
Tarifas e comércio
Durante a campanha, Trump prometeu um protecionismo econômico, incluindo tarifas de 10% a 20% contra produtos importados, mencionando porcentagens mais altas em alguns discursos. O republicano propõe a restituição de uma ordem executiva de agosto de 2020 exigindo que o governo federal compre medicamentos “essenciais” apenas de empresas americanas.
Ainda, o presidente eleito espera bloquear a possibilidade de compradores chineses adquirirem “qualquer infraestrutura vital” nos Estados Unidos.
Impostos
As políticas fiscais de Trump são mais voltadas a empresas e americanos mais ricos, com a promessa de estender a revisão tributária de 2017 a fim de reduzir o imposto sobre empresas de 21% para 15%.
Apesar disso, o republicano também tem políticas destinadas à classe média, com a isenção de benefícios como salários da Segurança Social e salários ganhos por horas extras do imposto de renda.
Aborto
Durante a campanha, Trump minimizou a importância da questão do aborto em sua gestão e, por sua insistência, a bancada republicana não pediu por uma proibição nacional do procedimento pela primeira vez em décadas.
Na plataforma Truth Social, o presidente eleito declarou que vetaria uma legislação que visasse proibir o aborto em todo o país caso ela chegasse em suas mãos.
Mudanças climáticas e energia
Donald Trump alega que as mudanças climáticas são uma “farsa” e condena os gastos do governo de Joe Biden com a energia limpa que busca reduzir a dependência dos EUA em combustíveis fósseis.
O republicano sugere uma política energética e gastos com infraestrutura que dependem dos combustíveis fósseis, como a construção de estradas, pontes e veículos com motor de combustão.
O presidente eleito não é opositor dos carros elétricos, mas promete acabar com o incentivo feito por Biden ao mercado de tais veículos.