Gilmar Mendes, certamente o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) mais odiado da história do Brasil, sempre esteve certo do lado errado. Foram suas, as recentes decisões a favor de criminosos notórios que mais repercutiram negativamente na sociedade brasileira.

Mendes, nomeado por FHC e com trâmite pessoal nas altas esferas do PSDB, ao longo dos anos expandiu seus supremos tentáculos a outros partidos e causas, interagindo, de forma mais próxima do que a prudência recomenda, com políticos acusados de crimes seríssimos.

Em uma daquelas tristes e descabidas rinhas entre os togados máximos, transmitida ao vivo e em cores para todo o País, o ministro Luís Roberto Barroso acusou o parceiro de Bolsonaro (na ojeriza por Sergio Moro), de ser uma pessoa horrível que desmoraliza a Suprema Corte.

Mendes, até bem pouco tempo atrás, era considerado “Satanás” por Lula e os petistas, mas, como um passe de mágica, após a obsessão adquirida, sabe-se lá o porquê e por causa de quem, em desfavor de Moro e da Lava Jato, é considerado uma espécie de herói nacional.

Curiosamente, ou nada curiosamente, vá saber, é também idolatrado pelas hostes fanáticas do bolsonarismo, que hoje também enxergam o ex-juiz federal como um traidor da pátria e o mal a ser batido. Tudo, é claro, em nome da reeleição do mito em 2022 (toc, toc, toc).

Bolsonaro trocou abraços com Dias Toffoli, o ministro mais próximo a Mendes (provavelmente o único) no STF. Também dividiu pedaços de pizza quentinha (disco de massa com cobertura de queijo) com o obcecado ofensor de Moro. O devoto da cloroquina está “in love” com o STF.

Já conhecíamos as nova amizades (repito: ou velhas) de Bolsonaro: Fernando Collor, Arthur Lira, Roberto Jefferson e, sim, o condenado a quase 30 anos de prisão e provisoriamente em liberdade, graças justamente à mudança de voto de Gilmar Mendes, Lula da Silva.

Dessas amizades surgiram as alcunhas BolsoCollor, BolsoLira e BolsoLula. A mais nova é o BolsoMendes. E ao lado de seus novos, velhos e ilibados amigos, o parça do Queiroz deita e rola no Poder, enquanto Moro e a Lava Jato agonizam na berlinda do crime organizado.