Carlos Alberto Decotelli da Silva assumiu ontem o Ministério da Educação e hoje enfrentou a sua primeira crise de imagem.

A informação de que se doutorou em Administração pela Universidade Federal de Rosário, na Argentina, foi contestada pelo reitor da universidade hermana.

No começo da tarde, pelo Twitter, o reitor anunciou que Decotelli não havia concluído o curso.

Horas depois, o site O Antagonista publicou a seguinte nota: “O reitor da Universidade Nacional de Rosário, Franco Bartolacci, contou com exclusividade a O Antagonista que o novo chefe do MEC, Carlos Alberto Decotelli, foi reprovado no exame de qualificação pela banca de doutorado.”

Sendo essa a história, o pós-doutorado de Decotelli na Alemanha também fica sub judice.

É triste. O novo ministro vai se juntar à galeria das figuras públicas que acharam por bem maquiar seus currículos. Estará ao lado, por exemplo, da ex-presidente Dilma Rousseff, que também se viu forçada a corrigir informações sobre mestrado e doutorado na Unicamp.

Decotelli não precisa ter todas essas medalhas acadêmicas para ocupar a cadeira de ministro da Educação. Não é um requisito legal.

Mas tampouco se trata de uma irrelevância. Qualquer recrutador de RH dirá que mentir no currículo é coisa grave. A iniciativa privada não costuma perdoar esse tipo de “deslize” quando ele vem à tona.

Por ser o sucessor do anti-ministro Abraham Weintraub, de gestão infame, Decotelli talvez tenha uma chance de se redimir.

Primeiro, precisa se explicar com clareza e serenidade.

Precisará também seguir à risca aquilo que disse em sua primeira entrevista. Ele afirmou que não tem “competência ideológica” e que chega ao ministério com um único propósito: “trabalhar, trabalhar, trabalhar”.

Por fim, deve manter manter silêncio, silêncio, silêncio sobre tudo que não seja matéria técnica da Educação.

No país do bolsonarismo, as expectativas em relação ao governo se rebaixam continuamente.

Se seguir esse roteiro à risca, Decotelli poderá até gozar de leniência.