Oito anos depois de ser aberto, em março de 2017, foi arquivado no STF um inquérito sigiloso que investigava o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, com base em delações premiadas da Odebrecht. O deputado federal Pedro Paulo, do PSD do Rio, também era investigado. A decisão pelo arquivamento foi do ministro André Mendonça, seguindo parecer da PGR.
O inquérito apurava suposto pagamento de R$ 300 mil em caixa dois à campanha de Pedro Paulo à Câmara, em 2014. O repasse, conforme o ex-diretor da Odebrecht e delator Benedicto Júnior, foi intermediado por Paes, a quem a empreiteira deu o codinome de “Nervosinho” em seus sistemas de gerenciamento de pagamentos ilegais.
Depois de diversas extensões de prazo concedidas à Polícia Federal, advogados de Eduardo Paes e Pedro Paulo argumentavam há tempos que o inquérito deveria ser encerrado porque, além do tempo excessivo de tramitação, as provas apresentadas pela Odebrecht em seu acordo de leniência foram anuladas pelo próprio STF.
Por esse mesmo motivo, alegavam os defensores, já haviam sido arquivadas duas ações na Justiça Eleitoral do Rio e uma na Justiça Federal, todas abertas a partir do inquérito do STF.