Aquele estalar de dedos. Aquelas cinzas. As últimas palavras exibidas na telona: “Thanos voltará”. A desolação ao final de Os Vingadores: Guerra Infinita, filme lançado em abril deste ano, é daquelas que ficam na cabeça – e, caso não estejam porque o leitor não assistiu ao mais recente filme do Marvel Studios, é bom parar o texto por aqui, já que os spoilers estarão por todos os lados.

Depois de um final de filme de fazer o público engolir seco e entregar o melhor vilão da Marvel nos cinemas, o estúdio decidiu pela leveza. Assim, surge Homem-Formiga e a Vespa, um filme importante dentro do universo cinematográfico e de Hollywood, por dar o protagonismo devido à uma personagem tão crucial quanto a Vespa, vivida por Evangeline Lilly. Mas o longa de Peyton Reed parece voltar algumas casas na evolução apresentada no filme anterior. Voltamos à ênfase nos momentos cômicos – e Paul Rudd, o Homem-Formiga, é mestre no seu timing – e, novamente, peca ao entregar um antagonista capaz de criar qualquer sentimento de empatia. Na falta de um, são dois (talvez até três) e todos serão esquecidos no próximo verão.

Homem-Formiga e a Vespa tinha, sim, a responsabilidade enorme nos ombros de dar continuidade à trama de Vingadores. O foco é outro, contudo: explicar onde estava o herói com habilidade de encolher e se tornar gigante durante a batalha contra o titã Thanos. É claro, há uma conexão entre os filmes, mas a história do Formigão gira em torno de outro eixo.

Leveza, a Marvel sabe bem, é bem-vinda e os sorrisos, ótimos de se conquistar. A culpa é de Guerra Infinita, que mostrou como o estúdio pode mais. Parece, no fim das contas, que Homem-Formiga e a Vespa é um filme fora do seu tempo. Deveria ter saído uns seis meses atrás, antes de Thanos chegar na Terra, reunir as Joias do Infinito e mudar a história da Marvel nos cinemas – e elevar o nível de exigência com um filme de super-heróis.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.