O ex-diretor da Petrobrás Renato Duque deve prestar depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta sexta-feira (5). Entre outros assuntos, Duque deve falar sobre os encontros que teve com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) quando a operação Lava Jato já estava em curso, segundo a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo.

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Interlocutores do ex-executivo disseram que ele também vai detalhar o episódio em que ameaçou pedir demissão e os motivos apresentados pela presidente Dilma Rousseff para que reconsiderasse.

O depoimento é aguardado com expectativa pelos investigadores. A oitiva ocorre apenas quatro dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) mandar soltar o ex-ministro José Dirceu, padrinho político de Duque. Um amigo de Renato Duque diz que ele vai para o depoimento com a “faca na boca”, também de acordo com a coluna.

Condenado. Renato Duque foi condenado em setembro de 2015 a 20 anos e oito meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Foi uma das mais altas penas impostas no âmbito da operação Lava Jato.

Agência Brasil
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, em depoimento na CPI da Petrobras, no Congresso Nacional

À época, Moro afirmou que Duque recebeu propina de R$ 36 milhões. “A prática dos crimes corrupção envolveu o recebimento de pelo menos R$ 36.346.200,00, US$ 956.045,00 e 765.802,00 euros à Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobrás (Consórcio Interpar, Consórcio CMMS, Consórcio Gasam e contrato do Gasoduto PilarIpojuca). Um único crime de corrupção envolveu pagamento de mais de vinte milhões em propinas”, sentenciou o juiz.

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Na mesma sentença, o juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também por corrupção, a 15 anos e 4 meses de prisão. Os operadores Adir Assad, Sônia Mariza Branco e Dario Teixeira Alves Junior foram condenados a 9 anos e 10 meses, cada um, por lavagem de dinheiro e associação criminosa no mesmo processo.


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