Mais de 1.300 funcionários do Departamento de Estado americano foram demitidos nesta sexta-feira (11) devido aos cortes ordenados pelo presidente Donald Trump, que, segundo críticos, limitará a influência dos Estados Unidos no mundo.
As demissões ocorreram três dias após a Suprema Corte dos Estados Unidos suspender um bloqueio temporário imposto por um tribunal inferior aos planos de Trump de demitir dezenas de milhares de funcionários.
Diplomatas e outros funcionários aplaudiram nesta sexta-feira seus colegas demitidos em cenas emocionantes na sede do Departamento de Estado em Washington, órgão responsável por conduzir a política externa dos EUA e gerir a rede mundial de embaixadas.
Alguns choraram ao sair do prédio com caixas contendo seus pertences.
Um representante do Departamento de Estado informou que 1.107 funcionários e 246 trabalhadores do Serviço Exterior foram demitidos.
Trump busca uma “transformação” na burocracia federal. Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, o republicano de 79 anos ordenou que as agências federais preparassem planos de cortes de pessoal em grande escala.
Seu secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que o departamento requer uma redução de 15%.
Em um comunicado, o sindicato dos funcionários do Departamento de Estado se opôs “veementemente” às demissões, classificando-as como um “golpe catastrófico” aos interesses do país.
“Em um momento de grande instabilidade global, com a guerra na Ucrânia, o conflito entre Israel e Irã e os regimes autoritários testando os limites da ordem internacional, os Estados Unidos optaram por desmantelar sua força diplomática de linha de frente”, declarou a Associação Americana do Serviço Exterior (AFSA, na sigla em inglês).
O Departamento de Estado empregava mais de 80 mil pessoas em todo o mundo no ano passado, das quais cerca de 17.700 desempenhavam funções nacionais, segundo dados oficiais.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) já foi praticamente desmantelada.
Segundo o jornal The Washington Post, os funcionários do Departamento de Estado foram informados das demissões por e-mail.