SYDNEY, 17 ABR (ANSA) – A defesa do cardeal australiano George Pell, 76 anos, que é alvo de um processo por pedofilia em seu país, afirmou que o caso é fruto de uma tentativa de “punir” a Igreja Católica por suas falhas no combate a abusos sexuais por parte de padres.   

A declaração faz parte da argumentação final dos advogados de Pell, apresentada nesta terça-feira (17), no último dia de quatro semanas de uma audiência preliminar no Tribunal de Melbourne, que decidirá se torna o cardeal réu.   

A corte deve agora determinar se existem provas suficientes para aceitar a denúncia contra o prelado, que é acusado de envolvimento em crimes de pedofilia “históricos”, ou seja, cometidos há bastante tempo. A decisão é aguardada para 1º de maio.   

Os delitos teriam acontecido na década de 1970, quando Pell era padre, mas os detalhes das denúncias ainda são mantidos sob sigilo. Atual prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano e “homem-forte” do papa Francisco, o australiano é o mais alto prelado católico a ser acusado de pedofilia.   

Em sua argumentação final, o advogado de defesa Robert Richter definiu as denúncias como “impossíveis”. “São produtos de fantasia ou de problemas mentais, ou pura invenção para punir o representante da Igreja Católica neste país por não ter impedido os abusos cometidos por outros”, declarou. (ANSA)