Parte da alta do movimento de aquisições de empresas no Brasil se deve à necessidade de grupos envolvidos em denúncias de corrupção, como as da Lava Jato, se desfazerem de ativos. “Essas empresas ficaram sem crédito, sem condições de renegociar dívidas, perderam clientes e precisavam de capital de giro”, diz Leandro Almeida, professor da área de finanças e negociação da FGV e sócio da empresa Lynce Group.

Exemplos são a venda da Alpargatas, da J&F, para a Itaúsa e a Cambuhy, por R$ 3,5 bilhões, e da fatia da Odebrecht Transport no Aeroporto do Galeão para o grupo chinês HNA Infrastructure.

Grupos da China, aliás, estão presentes em boa parte dos negócios de compra de ativos brasileiros. “A China tem estratégia voltada para infraestrutura de entrar em cada elo da cadeia de modo sequencial”, afirma Marcus Ayres, do BCG.

Das 240 aquisições feitas até agosto, 55% foram por grupos nacionais, participação que, segundo analistas, deve ser revertida em favor de investimentos estrangeiros até o fim do ano.

Os preços das empresas brasileiras, que se depreciaram em relação ao resto do mundo, tendem a se acomodar. “A conjuntura já está precificada”, diz Almeida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.