Dois dentistas foram condenados a oito e cinco anos de prisão na França, nesta sexta-feira, 20. Lionel Guedj, de 43 anos, e o pai dele, Jean-Claude, de 71, são acusados de mutilar cerca de 400 pacientes nos bairros populares da cidade de Marselha, no sul do país. Os juízes do caso descreveram o consultório do especialista como uma “máquina de fazer dinheiro”. As informações são da AFP.

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Resumo:

  • Lionel Guedj foi condenado a oito anos de prisão e o pai dele sentenciado a cinco anos, por terem cometido fraudes ao extrair 3,9 mil dentes sem de pacientes sem necessidade;
  • O dentista instalava pontes dentárias lucrativas apenas para ganhar mais dinheiro, o que o levou a se tornar um dos especialistas mais bem pagos da França em apenas cinco anos;
  • A Justiça francesa confiscou vários bens dos condenados que acumulavam posses como uma Ferrari, um barco, contas bancárias e obras de artes com valor equivalente à R$ 11,7 milhões.

O estabelecimento conduzido por Lionel Guedj ficava em uma das áreas mais pobres da cidade francesa e foi lá que entre 2006 e 2012, o dentista teria extraído 3,9 mil dentes sem a necessidade de fazê-lo, apenas para instalar pontes dentárias lucrativas, que são utilizadas na reposição das estruturas retiradas.

O condenado teria se tornado um dos dentistas mais bem pagos da França em apenas cinco anos realizando esses serviços, chegando a receber entre 65 a 80 mil euros por mês (valor que convertido representa algo entre R$ 348 mil e R$ 429 mil), acumulando um patrimônio de quantia equivalente à R$69,7 milhões.

Lionel foi preso em 8 de setembro de 2022 por acusações de fraude. Ele e o pai tiveram seus imóveis e bens confiscados pelas autoridades, entre as posses apreendidas pela Justiça, estavam uma Ferrari, conduzida pelo homem, barcos, contas bancárias e obras de arte que atingiam valores de 2,2 milhões de euros (cerca de R$11,7 milhões).

Jean-Claude Guedj, o pai do acusado, foi condenado a cinco anos de prisão por colaborar com os atos cometidos por Lionel. O sentenciado foi descrito pelo procurador do caso como “a raposa velha a serviço do jovem lobo”. O idoso já havia sido detido em março deste ano mas liberado posteriormente, entretanto um novo mandado de prisão foi emitido pelas autoridades.